terça-feira, 1 de maio de 2012

Cais de paixão


Veneza, 2005.

Cais de paixão
(Totonho Laprovitera)
  
Eu desato todo o meu canto
quando canto um novo verso
Sem nó, viajo a fio
remando no grande universo,
andando nas pontas dos pés,
pensando contra as marés,
comigo mesmo converso

Eu busco da vida a arte,
o tempo que foge da vida
Na caixa do meu coração
desperta uma nova batida
Mas, nem tudo a mim compete,
fazer chover canivete,
sarar do mundo a ferida

Eu trago no meu sentimento
um pedaço de doce ilusão
Eu tenho a paciência
de quem pensa com a emoção
Por isso eu sou sonhador,
navego sempre no amor
e aporto num cais de paixão



(Foto: Totonho Laprovitera)

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