Desenhando com a luz:
O particular cotidiano de Rodrigo Frota
O particular cotidiano de Rodrigo Frota
''Quando vemos o que pode ser expresso pela foto, nos damos conta de que tudo aquilo não pode mais ser preocupação da pintura...” (Pablo Picasso)
Derivada do grego fós (luz), e grafis (estilo, pincel), a palavra fotografia significa "desenhar com luz". E é o que comete o fotógrafo Rodrigo Frota, quando desenha com luz o que seus olhos fotografam pelos mundos percorridos e sem porteiras da sua arte. Diante do seu equipamento, ele se antecipa com o clique do olhar e revela seu sentimento. Feito abracadabra, sua capacidade de síntese transforma num instante uma profusão de imagens em simples cena minimalista. Na fotografia de Rodrigo, ele e a câmera convivem como se fossem um único ser.
Dessa forma, a vivência fotográfica do Rodrigo Frota se torna cada vez mais ampla e preciosa, pois guarda o momento da imagem e possui o significado da linguagem universal de quem sabe enxergar o mundo como ele é. Coisa de quem faz da fotografia o seu particular cotidiano.
Há muito acompanho o trabalho do Rodrigo. Aos 15 anos, ganhou de seu pai a sua primeira máquina fotográfica e, desde então, não parou mais de fotografar. Quando morou na Suíça, por três anos, iniciou seus estudos de fotografia e de volta ao Brasil, cursou cinema na Casa Amarela Eusélio Oliveira, da Universidade Federal do Ceará.
Da sua participação na coletiva “Paralelo Vertical” (Lisboa, 2006), exposição de fotografias e vídeoarte (com Bia Fiúza, Haroldo Sabóia, Renan Andrade e Alisson Queiroz), à individual “Fragmentos de Viagem” (Fortaleza, 2009), registro das andanças do artista pela Croácia, Portugal, Índia e Havaí, ele desenvolveu-se na arte de fotografar/desenhar e o seu sucesso chegou em São Paulo. Recentemente, num leilão da Bolsa de Arte de São Paulo, presenciei seus trabalhos serem disputados por conceituados investidores de obras de arte.
E ele não para. Neste ano, em expedição para documentar uma série de caráter sócio-cultural-político, viajou a Mianmar, antiga Birmânia, acompanhando o fotógrafo Steve McCurry, aquele que fez a foto de uma menina afegã de olhos verdes, numa imagem quase bíblica, que se tornou uma das capas mais famosas da revista americana National Geographic.
Mas, inquieto e criativo, Rodrigo não se cansa de traçar seu itinerário em busca da formação dum extenso álbum de sua vida. Aliás, por ser a sua arte produto da sua vida, ele transcende o fazer artístico. Daí, também, esse fotografo/desenhista, formado em publicidade e propaganda, faz imperar a sua arte na emoção das modalidades esportivas do wakeboard, surf, kitesurf, snowboard e automobilismo.
Assim é Rodrigo Frota, um talentoso jovem que faz da vida a inspiração da sua arte, desenha com o olhar e revela em seu ofício o brilho da sua luz.
Totonho Laprovitera,
arquiteto e artista plástico.
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