domingo, 16 de setembro de 2012

A chinela do Zé Gogó


Zé Gogó.

Valendo pelo Campeonato Nacional, lá em meados dos anos 70, o jogo no Estádio Presidente era entre Fortaleza e Coritiba. No Cimento da torcida tricolor, torcíamos por mais um bom resultado na excelente campanha que fazia o clube cearense.

Bem, durante a partida, o que lhe era peculiar, Zé Roberto, o centro-avante do clube paranaense, estava pintando e bordando na arte da catimba. Lá, pelas tantas, ele abusou da indisciplina e, diante da parcimônia do árbitro, deixou a torcida tricolor indignada. Revoltado, Zé Gogó, não contou pipocas, atirou a sua artesanal chinela, feita de pneu de automóvel, em direção ao descomedido jogador.

Não atingindo o malfadado alvo, o calçado sucumbiu perto do banco de reservas do clube visitante. Sem se deixar levar pelo ocorrido, o árbitro deu prosseguimento ao jogo com tranquilidade.

Descalço, com acentuada humildade,  o torcedor Zé Gogó pediu aos reservas do Coritiba: - "Amigos, dá pra devolver minha chinela que jogaram pra dentro do campo, dá?" 

Pedido atendido, veio uma mão de vaia e o Gogó tacou o grito de “Bora, Leão”!

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