"Meu trabalho é a extensão de uma verdade que, como uma mancha permanente, acompanha o homem através do espaço no alvorecer de uma idade psicológica". (Darcilio Lima)
Desenhista, gravador e pintor autodidata, Darcílio Paula Lima (1944-1991), cearense de Cascavel, é considerado um dos principais nomes do surrealismo brasileiro. Seu trabalho traduz o ambiente onírico e experięncias místicas da contracultura dos anos 1960 e 1970. Utilizou o bico-de-pena com raro virtuosismo.
Poucos cearenses conhecem Darcílio Lima, que começou desenhando cenas regionais, principalmente praias do Ceará, morou num cemitério em Paris e trabalhou com o pintor catalão Dali, com quem participou do Festival Surrealista, em Londres.
Em 1957, Darcílio mudou-se para o Rio de Janeiro, onde após nove anos esteve internado por um curto período na Casa das Palmeiras, instituiçăo psiquiátrica mantida por Nise da Silveira no Rio de Janeiro.
De 1972 a 1975, morou na Europa, a maior parte do tempo na França. Conheceu os surrealistas Salvador Dali e Felix Labisse, publicou ilustraçőes na revista francesa Bizarre, assinou contrato com a editora de gravuras Vision Nouvelle - a mesma de Miró, Dali e Vasarély - e publicou o livro Diafragma, com 25 reproduçőes de sua obra.
Realizou, entre outras, as seguintes exposiçőes individuais: 1968 - Galeria L’Atelier, Rio de Janeiro; 1972 - Galeria Trois, Pleux, Deux, Paris, França; 1975 - Galeria Bonino, Rio de Janeiro; 1979 - Gabinete de Artes Gráficas, Săo Paulo, SP.
Participou, entre outras, das seguintes exposiçőes coletivas: 1969 - XVIII Salão Nacional de Arte Moderna, Palácio da Cultura, Rio de Janeiro; 1970 - IV Jovem Arte Contemporânea, Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, prêmio aquisição; 1971 - XX Salão Nacional de Arte Moderna, Museu de Arte Moderna, Rio de Janeiro, prêmio de viagem ao estrangeiro; 1971 - III Panorama de Arte Atual Brasileira, Museu de Arte Moderna, São Paulo; 1974 - Mostra da Gravura Brasileira, Fundaçăo Bienal de São Paulo; 1975 - XIII Bienal de São Paulo, Fundaçăo Bienal de São Paulo; 1976 - Bienal Nacional 76, Fundaçăo Bienal de São Paulo.
Teve seus trabalhos exibidos em três exposiçőes póstumas, a saber: 2001 - Inconsciente e Criação, Museu Nacional de Belas-Artes, Rio de Janeiro; 2004 - Mar do Inconsciente: A Imagem Como Linguagem, Espaço BNDES, Rio de Janeiro; 2006 - Mostra em homenagem aos 150 anos de nascimento de Sigmund Freud, Centro Cultural Banco do Nordeste, Fortaleza.
Fui à exposição dele no Rio este ano. eu não conhecia. Fiquei impressionado com a riqueza de detalhes das gravuras e com os temas sombrios. Você sabe se ainda existe o livro "Diafragma" para vender em algum lugar? Ou mesmo alguma coletânea das obras dele?
ResponderExcluirTalvez do nome da editoria se chegasse ao livro.
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