Aconteceu logo depois do embarque
no Terminal. O ônibus da linha Grande Circular estava lotado até a tampa,
quando, na hora que deram o primeiro sinal, o motorista largou o pé no freio e
os passageiros, suados e espremidos, em tempo de cair, uns aos outros se
contrabalançaram.
Depois do coletivo ter largado da parada,
todos já equilibrados, eis que surgiu uma gasguita voz: - "Tenha vergooonha, seu cabra véi safado! Fica
pinando na gente!"
Aí, o acusado se virou
para o trocador e disse: - "Como é que pode, macho? Chego no ônibus aqui lotado
e tal, sem lugar nem pra se coçar, e aí vem essa dona dizer que eu tô encostando
nela!"
O trocador balançou a
cabeça e riu, mas, a enronha continuou:
- Sabe pedir licença não?! – Disse a “pinada”.
- Dona, a negada tinha que descer na parada e só vai
empurrando pra poder passar. Não tem como não encostar! – Argumentou o
“pinante”.
- Encostar é uma coisa, se esfregar é outra... Isso é
uma falta de absurdo dentro do transporte público...
- Dona, me respeite...
- Ainda mais... Anda no osso...
- Dooona...
- Que é isso no bolso?!
- Dooona...
- Tá mais pra uma garrafa de Crush do que prum Drops...
- Dooona...
- Cabra nojento...
- Dooona...
- “Dooona”, o que, seu tarado?!
- Dona, faça o favor de se desencostar de mim, que o
ônibus já está folgado há uma meia hora e eu quero descer!
O cidadão deu sinal, o
ônibus parou, ele desceu e da calçada gritou: - "Ô bicha feia! Parece uma porca prenha!"
Zarpando, da janela do
ônibus, a dona deu-lhe um grande cotoco, retribuído com um longo e debochado flato bocal!
Em tempo: Pra quem não
sabe, habitualmente usado no Nordeste, pinar é o termo popular que define o ato
realizado por um indivíduo do sexo masculino, que consiste em esfregar o seu
membro em terceiros com o consentimento ou não da vítima.
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