Cartola chegou a trabalhar como contínuo no Ministério de Indústria e Comércio, nos anos 1950.
Carioca, cantor, compositor e violonista, Angenor de Oliveira, mais conhecido como Cartola, (1908-1980) é considerado por diversos músicos e críticos como o maior sambista da história da música brasileira.
Ainda moleque, Cartola tomou gosto pela música e pelo samba e aprendeu com o pai a tocar cavaquinho e violão.
Por dificuldades financeiras a família numerosa se mudou para o morro da Mangueira, onde logo conheceu e fez amizade com Carlos Cachaça — seis anos mais velho — e outros bambas, se iniciando no mundo da boemia, da malandragem e do samba.
Aos 15 anos, após a morte de sua mãe, abandonou os estudos — tendo terminado apenas o primário –, arranjou emprego de servente de obra e passou a usar um chapéu-coco para se proteger do cimento que caía de cima. Por usar esse chapéu, ganhou dos colegas de trabalho o apelido "Cartola".
Junto com um grupo de amigos sambistas do morro, Cartola criou o Bloco dos Arengueiros, cujo núcleo em 1928 fundou a Estação Primeira de Mangueira. Ele compôs também o primeiro samba para a escola de samba, "Chega de Demanda". Os sambas de Cartola se popularizaram na década de 1930, em vozes ilustres como Araci de Almeida, Carmen Miranda, Francisco Alves, Mário Reis e Sílvio Caldas. Mas no início da década seguinte, Cartola desapareceu do cenário musical carioca, chegando a ser dado como morto. Pouco se sabe sobre aquele período, além do sambista ter brigado com amigos da Mangueira, ter contraído uma grave doença — especula-se que tenha sido meningite — e ter ficado abatido com a morte de Deolinda, a mulher com quem vivia.
Cartola só foi reencontrado em 1956 pelo jornalista Sérgio Porto (o Stanislaw Ponte Preta), trabalhando como lavador de carros em Ipanema. Graças a Porto, Cartola voltou a cantar, levando-o a programas de rádio e fazendo-o compor novos sambas para serem gravados. A partir daí, o compositor foi redescoberto por uma nova safra de intérpretes.
Em 1964, o sambista e sua nova esposa, Dona Zica, abriram um restaurante, o Zicartola, que promovia encontros de samba e boa comida, reunindo a juventude da zona sul carioca e os sambistas do morro. O Zicartola fechou as portas algum tempo depois, e o compositor continuou com seu emprego público e compondo seus sambas.
Somente em 1974, aos 66 anos, Cartola gravou o primeiro de seus quatro discos-solo e sua carreira tomou impulso de novo com clássicos instantâneos como "As rosas não falam", "O mundo é um moinho", "Acontece", "O sol nascerá" (com Elton Medeiros), "Quem me vê sorrindo" (com Carlos Cachaça), "Cordas de aço", "Alvorada" e "Alegria".
No final da década de 1970, mudou-se da Mangueira para uma casa em Jacarepaguá, onde morou até a morte, em 1980.
Fonte: Wikipédia.
(Foto: Google)
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