Vinicius de Moraes e Pablo Neruda.
Soneto a Pablo Neruda
Rio de Janeiro, 1957
Quantos caminhos não fizemos juntos
Neruda, meu irmão, meu companheiro...
Mas este encontro súbito, entre muitos
Não foi ele o mais belo e verdadeiro?
Canto maior, canto menor - dois cantos
Fazem-se agora ouvir sob o Cruzeiro
E em seu recesso as cóleras e os prantos
Do homem chileno e do homem brasileiro
E o seu amor - o amor que hoje encontramos...
Por isso, ao se tocarem nossos ramos
Rio de Janeiro, 1957
Quantos caminhos não fizemos juntos
Neruda, meu irmão, meu companheiro...
Mas este encontro súbito, entre muitos
Não foi ele o mais belo e verdadeiro?
Canto maior, canto menor - dois cantos
Fazem-se agora ouvir sob o Cruzeiro
E em seu recesso as cóleras e os prantos
Do homem chileno e do homem brasileiro
E o seu amor - o amor que hoje encontramos...
Por isso, ao se tocarem nossos ramos
Celebro-te ainda além, Cantor Geral
Porque como eu, bicho pesado, voas
Mas mais alto e melhor do céu entoas
Teu furioso canto material!
Atlântico Sul, a caminho do Rio, 1960
Porque como eu, bicho pesado, voas
Mas mais alto e melhor do céu entoas
Teu furioso canto material!
Atlântico Sul, a caminho do Rio, 1960
Vinicius de Moraes era doido pelo chileno Pablo Neruda, a quem dedicou sonetos e canções. Os dois se conheceram em 1945, quando Neruda veio ao Brasil e esteve com vários escritores.
Dizem os conhecedores da obra de Neruda que foi uma viagem de suma importância na carreira do poeta, por ter sido o começo de seu reconhecimento fora do Chile, como escritor e intelectual engajado nas causas em que confiava.
(Foto: Pedro de Moraes)
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