segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Negócio do turfe


Certa vez, fui expor em Brasília pinturas e desenhos, com Raimundo Fagner e Aldemir Martins, no Salão Verde do Congresso Nacional. Bastante visitada, a mostra reuniu diversas personalidades e fez o maior sucesso.

No dia seguinte da exposição, o empresário José Lírio, cearense bem sucedido no Planalto Central, me convidou para almoçar em sua casa do Lago Sul, com direito a levar três amigos. Chamei, então, Fagner, e dois amigos de Brasília: uma autoridade do judiciário e um empresário do setor imobiliário.

Pois bem, após o lauto almoço, regado a um fino digestivo, a conversa fluiu leve e bem-humorada. Zé Lírio contava as suas inúmeras e interessantes histórias, que maravilhavam à todos. Dos diversos assuntos, um se prolongou: Turfe!

Entusiasmado, Zé Lírio não parava de narrar sobre seus vitoriosos momentos em grandes prêmios no Jockey Club Brasileiro, no Rio de Janeiro – onde tinha o maior número de baias do hipódromo –, no Jockey Club de São Paulo e no Hipódromo Argentino de Palermo, em Buenos Aires. Afirmava que corrida de cavalos não lhe rendia dinheiro, mas o ajudava na rede de contatos, portanto, tornava-se um negócio.

Aí, a autoridade indagou-lhe se a atividade era um bom negócio. Zé disse que a manutenção de um plantel de boa linhagem era altamente dispendiosa e que, quando o resultado financeiro dava empate em seu saldo, ele considerava lucro. Por um instante, o ministro calou e perguntou:

- José, que bom negócio é esse em que o empate é considerado lucro?
- Autoridade, posso lhe responder com uma pergunta? Retrucou.
- Claro. Pode, sim.
- Rapariga dá lucro?!

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