A moda da rua era jogo de baralho. Valter reuniu um grupo de amigos em sua casa para uma noitada de jogatina. Com inveja, talvez por não ter sido convidado, um vizinho seu resolveu enredar à tia Zilma, que tinha o sobrinho como filho e cuidava de cultivar sempre os bons hábitos e costumes na formação da personalidade do garoto. Bebida, cigarro e baralho, nem pensar. Quanto mais carteado apostado! Na hora em que os quatro estavam sentados à mesa e ele já se preparava para dar as cartas, eis que de surpresa chega a tia:
- Muito bonito, Valter, flagrei, jogando baralho!
- Mas, titia, pela Santíssima Trindade, a gente jogando baralho?! Não estou entendendo... Disse Valtim.
- O que? Como não está entendendo? Ora, as evidências comprovam e querem bem negar que estão jogando?!
- Bem, acho que cada um de nós pode se explicar.
- A senhora sabe que moro perto daqui. Eu tava fazendo meu dever de casa e tive uma dúvida, foi quando lembrei que o Valtim poderia me ajudar e aqui estou. Disse Chiquinho.
- Eu tava indo era pro cinema de arte, quando vi que ainda faltava algum tempo pra começar a sessão. Pra fazer uma horinha, resolvi passar por aqui e fazer uma visita ao amigo. Disse Juventude.
- Eu vinha passando, quando vi o movimento na casa. Vi os gente boa e resolvi entrar pra bater um papinho, trocar umas ideias, a senhora sabe como é que é, né? Disse Ôi-de-Jipe.
Tia Zilma, diante de tanta invenção, fuzilou o sobrinho:
- Muito bem, Valter, os três se explicaram, mas o que faz o senhor aqui em casa, com este baralho nas mãos? Quer dizer que não estava jogando?!
- Eu, titia, jogando? Pelo amor de Deus, com quem?!
(Foto: Google)
(Foto: Google)
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