Entre as maiores torcidas dos dois maiores clubes do lugar, a rivalidade era tão grande, chega afetava a amizade pessoal dos mais fanáticos torcedores. Alguns até deixavam de se falar. Outros, não, mas, viviam um constante e medonho bate-boca de arenga! Em cantiga de grilo, todos se intimavam.
Em dia de jogo, tido como clássico-rei, aí era que a coisa pegava. As gozações já deixavam de ser inteligentes e bem-humoradas, para tornarem-se apelativas e grosseiras. Com baixaria, misturavam com ódio o amor e as paixões pelos seus times. Com a bola rolando em campo, nas arquibancadas e na geral, os torcedores se engalfinhavam em autênticas batalhas medievais. As brigas eram de tirar do ramo! Uma guerra onde os insanos botavam pra moer! Vandalizando o que viam pela frente, faziam valer os seus mais primitivos instintos.
Enquanto a violência imperava, tingindo o estádio de sangue e suor, na espaçosa e confortável tribuna de honra ar refrigerada, afetuosamente abraçados, os dirigentes dos clubes brindavam - com uísque escocês, tirando o gosto com canapés, empadas, coxinhas, canudinhos etc e tal -, comemorando a renda do espetáculo, sem nem ligar para o placar do jogo.
Era o esporte imitando a vida e a vida imitando o esporte...
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