"... Eu não posso lhe invejá
Nem você invejá eu,
O que Deus lhe deu por lá,
Aqui Deus também me deu.
Pois minha boa muié,
Me estima com munta fé,
Me abraça, beja e qué bem
E ninguém pode negá
Que das coisa naturá
Tem ela o que a sua tem..."
(Patativa do Assaré)
O Pavão e Juno - Uma fábula sobre a inveja
(Adaptação de fábula de Esopo / La Fontaine)
Um formoso pavão mostrava-se com a imponente beleza das suas penas à enxerida atenção das pessoas que o admiravam, que lhe não poupavam louvores. De repente, escutaram o cantar de uma graúna e, voados, meteram o pé na carreira pras bandas de onde soavam tão bonitas melodias. Desprezado, o pavão pegou ar e raivoso foi se queixar com Juno.
- Por que há de um passarim véi preto, fuleragem, fei e sem graça, cantar melhor do que eu? Por que você não me deu a voz da graúna? - perguntou.
- Não seja malagradecido, rapaz! Cada bicho tem seu dom e nenhum tem tudo. Ao carcará coube a força, à graúna a voz e a você essa plumagem toda emperequetada... Olha... Você não é nenhum coitadim, não... - rebateu Juno
- Eu sei, mas eu queria era cantar como a graúna... - tornou o pavão.
Em tempo: Na mitologia romana, Juno era a patroa de Júpiter e rainha dos deuses. Cheia de rivais, por pura inveja transformou a bela Calisto numa ursa, só porque conquistou o tejo véi do seu marido.
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