Tudo começou quando vi um autodenominado desenhista, sem a menor queda para o traço, querendo por querer ser artista. Aí, eu me peguei do seguinte jeito: Já pensou se eu eu ousasse ser músico, mesmo sem saber tocar direito um instrumento? Certamente, seria uma agonia sem fim, pois a cada pedido para tocar uma determinada canção eu teria que dar uma desculpa bastante convincente.
Sobre este assunto, então, ocorreu-me a ideia de expor uma linha de desenhos corriqueiros que tenho cometido há algum tempo, intitulada “Desenhar Errado”.
Nessa série eu busco o exercício do desenho de forma propositadamente errada – qual seria a certa? – para provocar o estranhamento e estimular o espectador a escapulir das convencionais normas do desenho.
Questionando padrões estabelecidos, eu abandono a perspectiva, deformo figuras, descontextualizo objetos e produzo um divertido convite à crítica visual, numa atitude singular de reconsiderar tudo aquilo que é visto como correto.
Vai ver que com esses desenhos eu vou terminar virando músico.
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