Símbolo sexual, de lendária beleza associada ao Cinema Novo e à irreverência, Leila Diniz (1945-1972) não foi uma intérprete de grandes qualidades dramáticas, mas rasgava o coração e trabalhava sem cansar. Angustiada, insatisfeita e libertária, firmou existências no livre-arbítrio de costumes e na exuberância erótica, em plena ditadura militar.
Como diz Leila Diniz...
Fascinantemente contraditória, embora não tenha suportado o peso da fama, Leila marcou a história no cinema brasileiro. Abatida pelo êxito, deixou o cinema e as badalações, em busca de alguma felicidade. Defensora do amor livre e do prazer sexual, a carismática fluminense era mais personalidade que propriamente atriz e representava o inquieto espírito dos anos 1960.
Leila falava de sua vida pessoal sem nenhum tipo de vergonha ou constrangimento e, por isso, foi perseguida pela polícia política. Suas biografias foram contadas inúmeras vezes e em algumas, injustamente. Alegando razões morais, a TV Globo não renovou o contrato da atriz, pois, de acordo com um cruel recado de Janete Clair, não haveria papel de prostituta nas próximas telenovelas da emissora.
Leila Diniz, o mito.
Considerada uma mulher à frente de seu tempo, pasmava o país inteiro ao dizer frases como: “Transo de manhã, de tarde e de noite” ou “Homem tem que ser durão”. Invejada e criticada pela sociedade machista, era malvista pela direita opressora, difamada pela esquerda e considerada vulgar pelas mulheres da época. Mesmo assim, colecionou êxitos no cinema, na televisão e no teatro. Atuou em uma dezena de telenovelas e no cinema em 15 filmes. Com um dos últimos, “Mãos Vazias” (1971), ganhou o prêmio de Melhor Atriz no Festival de Cinema da Austrália. Quando voltava da viagem australiana, onde divulgava esse filme, seu avião explodiu na Índia, numa tragédia que sensibilizou o Brasil. Tinha 27 anos.
(Foto: Google)
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