Foto histórica do casarão colonial, na entrada do tunel de Copacabana, onde, décadas depois, seria instalado o lendário Solar da Fossa.
Refúgio ideal para artistas e intelectuais que transitaram pelo final da década de 1960, no Rio de Janeiro, o Solar da Fossa foi uma pensão onde grandes nomes da cultura brasileira moraram.
Pensão da Dona Jurema... Pensão Santa Teresinha... Solar da Fossa.
Era o território livre de jovens inconformados e criativos que marcou uma época de muita luta, dureza e idealismo político, quando a mobilização e a contestação social espelharam-se no espírito libertário da época. Foi onde nasceu o movimento da Contracultura.
O Solar da Fossa foi o “ri-fi-fi pálace hotel” do desbunde.
De 1964 a 1971, dona Jurema alugou apartamentos para jovens sem grana como Tim Maia, Betty Faria, Paulo Coelho e Ruy Castro. Diversas músicas foram compostas no solar, como Alegria, Alegria, de Caetano, e Sinal Fechado, de Paulinho da Viola, por exemplo. Na inquietação de seu pátio foi onde Chico Buarque conheceu Marieta Severo.
Paixões e casamentos rolaram direto no Solar da Fossa.
Estabelecida no casarão da avenida Lauro Sodré, em Botafogo, onde hoje é o Shopping Rio Sul, a Pensão da Dona Jurema (ou Pensão Santa Teresinha) foi alcunhada de Solar da Fossa pelo carnavalesco e homem de teatro Fernando Pamplona, quando lá morou depois de se separar.
Debates filosóficos, canções sendo compostas, gemidos de amor atravessando as paredes e muita farra marcaram a existência do célebre Solar.
Sobre o lugar, conta Roberto Talma: “No Solar, onde havia um grande elenco de mulheres bonitas, se você não tivesse alguma literatura, um pensamento filosófico atualizado, uma conversa definida sobre arte, você não comia ninguém...”
Fonte: Livro Solar da Fossa, de Toninho Vaz.
(Fotos: Google)
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