Quando o Guga me deu a notícia, o sobressalto me fez sentir o tempo rebobinar o filme da minha vida. Avexadamente, o Bibi havia se ido, sem ao menos se despedir dos velhos amigos...
Ricardo Augusto Pinheiro Beltrão foi o terceiro dos quatro filhos do casal Maria e José. Desde menino, o nutrido Bibi se sobressaía pela inteligência e bom humor. Muito prestativo, sempre estava cumprindo uma missão para algum amigo. Na época dos toca-fitas, por exemplo, gentilmente, ele os instalava em todos os carros de seus amigos. Vocacionado, alguns anos depois, formou-se engenheiro mecânico.
Na casa dos Pinheiro Beltrão era assim. Num entrançado de gente que não acabava mais, um dos maiores prazeres do casal Maria e José, certamente, era o de reunir amigos, especialmente, os de seus filhos. Pense em uma família amável!
A ambiência do lar era perfeita. A formidável biblioteca do Seu Beltrão guardava uma infinidade de admiráveis livros e discos raros. Uma coleção de saberes para ninguém botar defeito. Generosamente, a cozinha da casa era onde a Dona Maria compunha, jorgeamadamente, os mais diversos, fartos, simples e apurados sabores. Quer dizer, entre saberes e sabores, para os Pinheiro Beltrão, o alimento da alma era o da cultura de sorver a arte da boa amizade.
Bem, depois eu conto mais...
Dona Maria, Marcinha, Haroldo e Paulo, recebam meu beijo.
Totonho.
(Foto: Totonho Laprovitera)
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