terça-feira, 26 de maio de 2015

O açougue

Em Ubajara, eu estava à trabalho quando alguém me comentou que lá era onde se encontrava a melhor carne do Estado do Ceará. Curioso e interessado, pedi que me indicassem o lugar em que eu pudesse encontrar a tal preciosidade.


Levado ao endereço, chegamos a um pequeno, porém, bem montado açougue, onde, de cara, a admirável higiene de suas instalações se fazia notar. Para se ter ideia do grau da limpeza do estabelecimento, não se achava um pingo de sangue, sequer, na bata do açougueiro. Os alvos azulejos das paredes e o piso de cerâmica esmaltada espelhavam em brilho. As peças de carne, então, estendidas em mantas no salão, de tão limpas, pareciam reluzir vivas à mais tenra luz. Aí, não tem cristão no mundo que se aguente a não fazer um elogio num momento desse! 

- Por obséquio, o senhor é o proprietário daqui?
- Sou, sim senhor.
- Qual o seu nome?
- José. José Lima.
- Pois, Seu José, quero lhe dar os parabéns! Que beleza de açougue o senhor possui! 
- Obrigado...
- Além das instalações e o serviço serem da melhor qualidade, nota-se que o higiene do lugar é exemplar!
- Ah, a gente só trabalha assim!
- Cheira à eucalipto...
- É, eu gosto...
- Olha, nessas mantas de carne, mesmo expostas, a gente não ver uma mosca, sequer, posada nelas.
- Ah, eu não relaxo quanto à isso.
- E qual o segredo desse feito?
- Meu amigo, o segredo é que aqui ninguém economiza. É tudo na base do Baygon!

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