Ao chegar ao café da livraria, assim que cumprimentei o casal Urbano e Ana Luiza – a falarem com Ana Maria – fui abordado por um conhecido que disse ter me visto por entre as prateleiras de livros, mas que havia ficado em dúvida se era eu mesmo. E comentou: - “Totonho, você está muito novo.”
Depois de nos cumprimentarmos, arriscamos estabelecer uma conversa, mas nos guardamos em silêncio. Ele, talvez, aguardando que eu dissesse alguma coisa, e eu, receoso por saber à respeito de seu filho. Bem, vou explicar porque.
Há cerca de uns dez anos, mais ou menos, o Murilo me telefonou para dizer do grave mal que o filho de um amigo estava acometido. Pediu-me, então, para que eu os acompanhasse à exposição do artista plástico Antonio Bandeira, na Universidade de Fortaleza. “Totonho, gostaríamos que você nos guiasse nessa visita”, disse ele. E passou a contar que para enfrentar o duro tratamento, o jovem havia se valido das artes. “Ele está tão interessado, chega até começou a desenhar e a pintar”, continuou. “É, a arte se faz mãe para nos tornarmos irmãos”, matutei.
Percorrendo toda a mostra, explanei tudo o que eu sabia sobre o artista. Falei das técnicas de representação, das expressões e, de quebra, ainda me dispus a praticarmos uma parceria artística. Porém, não sei por qual razão, paramos por aí.
Pois bem, aquele meu breve encontro na livraria me fez cogitar sobre qual teria sido o destino daquele jovem aspirante às artes. Pensando bem, ora, todos nós somos artistas, porém, só alguns assim se agarram na vida.
Nenhum comentário:
Postar um comentário