De alma andante e espírito curumim, em sonho, em um instante de encantamento com a constelação Setestrelo, o índio Alitá recebeu um divino chamamento para proteger os bichos do árido sertão cearense.
Aí, ele decidiu mudar de vida e foi viver em uma velha oca distante e abandonada, lá pelos cafundós do Vale do Jaguaribe. Porém, chegando ao seu destino, o bom índio assombrou-se ao ver que o lugar era refúgio de um bando de temidos cangaceiros. Para escapar de algum mordaz corretivo pela involuntária intromissão, tornou-se um deles e, pelo seu forte aperto de mão, virou o Capitão Arrocha.
Mas, não se adaptando ao modo de viver dos cangaceiros, batendo-lhe uma saudade medonha na calada da serena madrugada, Capitão Arrocha arrumou as trouxas e “capou o gato” de volta para o Mucuripe. Porém, arredio ao passar dos tempos, ao chegar encontrou uma Fortaleza crescida. Adotando os costumes locais, trajou-se de linho branco, assentou um chapéu de palha de carnaúba com longas abas no quengo e misturou-se com personagens típicos da cidade como Cabeção, Chagas dos Carneiros, Cheira-Dedo, Manezinho do Bispo, Mimosa e Zé Lapada.
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