Totonho Laprovitera - Monumento à natureza - 1984 - Escultura em concreto armado. |
Para mim, falar de cidade é pensar em qualidade de vida. Cogitar a razão da sua existência, de suas razões e de seus significados. É dizer sobre a sua ambiência e a sua escala.
Sobre escala, eu entendo o palmo como muito mais do que os estipulados 22,86 centímetros medidos com a mão toda aberta desde a ponta do dedo polegar até a ponta do dedo mínimo. Assim como a braça (com 2,20 metros, medidos de ponta a ponta de cada braço aberto dos dedos maiores das mãos), o côvado (com 67,2 centímetros medidos da distância entre o cotovelo e a ponta do dedo médio da mão), o pé (com 30,48 centímetros, calculado no tamanho do pé de um homem), a polegada (com 2,54 centímetros, da largura do dedo polegar humano na base da unha) e a passada, além dos convencionados 64 centímetros.
Seguramente, são medidas que contem sentimentos e carregam em silêncio os desejos do “ir e vir”, do “partir e chegar”, do “planejar e realizar”. Muito mais do que números, elevam os sentidos das pessoas, oferecendo-lhes a extensão de referência com o próprio corpo humano.
Pois é, aí eu me lembro quando certa vez disse Dr. Fran Martins, na medida certa, ao apresentar a minha exposição “A Cidade como Extensão do Corpo”, em 1982: “Os desenhos de Totonho Laprovitera representam um grito em favor da humanização da cidade – já que as cidades, como as pessoas, tem um corpo cuja beleza depende exclusivamente dos cuidados e do carinho dos que a administram e dos que a habitam.”
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