quinta-feira, 6 de setembro de 2018

A escultura


Para tudo existe um dono, é certo. E foi assim que consegui intermediar entre amigos, à pedido do Alexandre Jereissati, o investimento de uma peça artística do seu tio Tadeu para Gaubi Vaz. 

E foi desse jeito. Em Fortaleza, Tadeu queria se desfazer de uma bela escultura de autoria de Bruno Giorgi. Gaubi estava perto de inaugurar sua nova casa, em Maceió. Então, na semana em que eu havia fotografado a obra de arte, Gaubi me telefonou de uma galeria do Rio de Janeiro, perguntando sobre o que eu achava de umas obras de arte que o haviam oferecido. Mandou as imagens pelo telefone, eu as vi, analisei e gostei. Daí, eu falei sobre a escultura de Giorgi. Gaubi se interessou, pediu-me as imagens e as enviei, de imediato, observando a necessidade de restauração. Então, Gaubi perguntou o valor – eu informei – pesquisou e pediu preferência de compra. 

Apresentada a oportunidade de negócio ao Tadeu, as partes se entenderam e o negócio foi fechado. Quando fui buscar a escultura na casa dos Jereissati, no momento em que ela estava sendo desmontada, reparei a emoção marejar nos olhos de Tadeu. Ao terminar a embalagem, ele se dirigiu à Gleick, mulher de Gaubi, e disse: - “Senhora, essa escultura foi instalada no jardim dessa casa – de arquitetura moderna, por sinal – em 1959. Em mais de 50 anos, ela presenciou muitos momentos felizes de minha família. Desejo que ela presencie da sua.” 

Pois é, quando soube do passamento do Tadeu, a quem nutri uma amizade que, mesmo recente, fazia-se parecer bem antiga, pensei: Era um homem bom.

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