Um leitor nos manda a seguinte carta
manuscrita:
“Prezado Totonho,
Ninguém pode ganhar uma besteirinha à
toa de dinheiro que o povo já chama a gente de besta! Ora, se gostamos do que é
bom, vamos deixar de nos agradar com as coisas prazerosas da vida? Claro que
não!
Mas, eu entendo, só pode ser de inveja
os comentários que dirigem à minha pessoa. Senão, vejamos.
Se apareço numa coluna social, balançando
um uísque scoth na mão, dizem: ‘Noutro dia, era um Zé Ninguém desse. Hoje em
dia, só quer ser as pregas...’
Quando estou de borracha nova, desfilando
no meu importado: ‘Novo rico é de lascar, não tira o adesivo do pára-brisa, nem
os plásticos dos bancos...’
Aí, se me veem na minha Hylux, novinha
em folha: ‘Ô, bicho besta, é só desfilando pra se amostrar!’
Se eu compro um apê na Beira Mar: ‘Só
pode tá é roubando... Até ontem era um pé-rapado que vivia numa espelunca da
periferia...’
Se compro um flatizinho na praia do
Beach Park: Agora aloprou, é já que vai ser preso!’
E tudo que visto, mesmo sendo caro e
comprado em loja de luxo, “é cafona”!
É, meu patrão, o jeito é não ligar pra
língua dessa gente invejosa. Afinal de contas, quem gosta do que não presta é
barata e rato, e de sofrer é masoquista!
No mais, olhe só o gelágua daqui de
casa.
Receba o abraço do,
(Nome ilegível)
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