domingo, 28 de setembro de 2014

O desconhecido rebelde


O história foi a seguinte.

O incidente ocorreu em 1989, próximo à Praça da Paz Celestial, na Avenida da Paz Longa, em Pequim, um dia após o governo chinês reprimir violentamente os protestos de Tiananmen.

Um jovem ficou no meio da avenida, enquanto uma coluna de tanques se aproximava. Segurando duas sacolas, uma em cada mão, quando os tanques paravam, ele parecia tentar mandá-los embora. Em rebate, o tanque da frente tentou desviar do destemido jovem, que repetidamente se plantava em frente ao tanque. Após bloquear os carros-de-combate, o jovem subiu ao topo do da frente e dialogou com seu comandante. Depois disso, duas pessoas vestidas de azul o levaram embora, sumindo na multidão. Então, os tanques seguiram seu caminho.

Mais do que depressa, as imagens do jovem se posicionando em pé, parado e sozinho em frente à coluna de tanques, se espalharam e alcançaram audiência internacional. Foi matéria de destaque nas televisões, jornais e revistas do mundo. Em 1998, a revista Time incluiu O Rebelde Desconhecido na lista das 100 pessoas mais influentes do século.

Bem, quase nada se sabe a respeito da identidade do jovem ou do comandante do tanque. Pouco depois do incidente, um tabloide britânico afirmou ser Wang Weilin, estudante de 19 anos, que havia sido preso, por agitação política e tentativa de subversão de membros do exército. Porém, questiona-se a veracidade dessa afirmação. Inúmeros zunzuns se espalharam acerca da identidade do jovem e de suas intenções, mas nenhuma delas pode ser provada. Controvérsias existem sobre o paradeiro do jovem.

Uma testemunha disse que o jovem, não identificado, foi levado pela polícia secreta e executado. Um ex-assistente da presidência dos Estados Unidos afirmou que ele havia sido executado depois de 14 dias do ocorrido. Outras fontes asseguram que ele foi morto pelo pelotão de fuzilamento, poucos meses após os protestos de Tiananmen. Uma jornalista chinesa falou que o jovem ainda vive e se mantém escondido no interior da China. Segundo informações obtidas por ela, o governo chinês investigava sobre o rebelde ainda um ano depois das manifestações de Tienanmen.

Enfim, o governo da República Popular da China quase nada afirmou a respeito do incidente e das pessoas envolvidas. Numa entrevista, em 1990, o então Secretário Geral do Partido Comunista da China e depois presidente do país, foi arguido sobre o destino do homem. O líder chinês primeiro disse que não tinha condição de afirmar se o jovem havia sido preso ou não. Depois, falou que achava que ele não havia morrido. Um artigo do Apple Daily de Hong Kong, de 2006, afirmou que há rumores de que o tal jovem encontra-se vivo e morando em Taiwan.

(Foto: Google)

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