A alegria na rua Melquíades Pinto era grande. Motivo: o jovem Valtinho havia passado no vestibular! Tinha que comemorar. Comemorar não, bebemorar! No propósito de dividir a felicidade pelo êxito da sua aprovação, lembrou-se logo dos amigos. Pegou o telefone e ligou para o mais próximo:
- Alô, de onde fala?
- É da casa do Doutor Aragão.
- Quem fala?
- É a Stela. Respondeu a empregada da casa.
- Stelinha, meu amor, é o Valtinho de Açúcar. Chama o Chiquinho, por favor?
- Vou ver se ele acordou...
- Vá e acorde aquele vagabundo!
- Vixe... Rindo.
- E diga que quem mandou foi eu!
Esperou um pouco, pois Chiquinho encontrava-se repousando em berço esplêndido, até que percebeu alguém do outro lado da linha e foi logo dando a notícia:
- Rala bucho, Maricota venha cá, o Croinha entrou na área tome bola Ceará! Cantarolando.
- Valter?
- Cabo, adivinha o que aconteceu?!
- A Rita Cabelão abortou! Rita Cabelão era uma famosa e generosa doméstica da rua, alegria da rapaziada.
- Frescura, pooorra, vai dar! Tô falando sério. Teu amigo aqui vai ser advogado. Passei no vestibular!
- Que ótimo, Nego, parabéns.
- Vamos comemorar, porra!
- Só se for agora! Tossindo.
- Cabo, vem aqui pro quartel, aqui pra casa! Agora! Aproveita e traz um tubo de rum e uma garrafa de Coca-Cola família.
- Égua, só?! Em tom de ironia.
- É, gelo aqui tem de sobra!
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