Quando trabalhava na Secretaria de Controle Urbano e Meio Ambiente, da Prefeitura de Fortaleza, eu era escalado um dia da semana para o plantão de atendimento ao público. E dava o maior valor!
Ora, do jeito que eu gosto de conversar, eu não me cansava de ouvir os reclamos dos populares. E, de centenas, dois me marcaram a memória.
O primeiro foi a explicação de um senhor que havia sido denunciado por estar criando um porco em seu quintal, sem o menor cuidado de asseio, incomodando, então, a vizinhança. E ele assim me justificou:
- Doutor, o negócio é o seguinte. Eu sei que quem me caguetou foi o ordinário do meu vizinho, por pura inveja!
- Inveja?
- Sim, doutor, inveja!
- Mas, inveja de que?
- Doutor, o fi-dua-égua tá com raiva de mim porque não tem o menor perigo dele se convidado pro casamento da minha filha.
- Sim, mas, e daí?
- E daí, doutor, é que ele tá implicando porque eu tô engordando o porco pra ele ser servido na festa!
O segundo foi o de um cidadão, em razão do vizinho ter construído um sobrado encostado no muro que fazia limite com a casa dele.
- Doutor, isso vai acabar terminando em morte...
- Calma, meu senhor.
- Doutor, o nojento levantou o duplex em riba do muro e ainda fez foi uma varanda...
- Então, vamos providenciar uma vistoria da fiscalização.
- Doutor, pois providencie logo, porque a patroa tá de resguardo e não pode nem dar de mamar direito ao menino, que o sem-vergonha do tarado já grela os zói pra dentro lá de casa!
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