domingo, 19 de junho de 2016

Riqueza semântica


A Mana Celani me contou que um político, em plena campanha, chegou a uma pequena cidade, subiu em um caixote e começou a discursar: 

- Compatriotas, companheiros, amigos! Nos encontramos aqui convocados, reunidos ou ajuntados para debater, tratar ou discutir um tópico, tema ou assunto, o qual é transcendente, importante ou de vida ou morte. O tópico, tema ou assunto que hoje nos convoca, reúne ou ajunta, é minha postulação, aspiração ou candidatura à Prefeitura deste Município.

Aí, um popular perguntou: 

- Escute aqui, por que o senhor utiliza sempre três palavras para dizer a mesma coisa? 

O candidato respondeu: 

- Pois veja, meu senhor: A primeira palavra é para pessoas com nível cultural muito alto, como poetas, escritores, filósofos etc. A segunda é para pessoas com um nível cultural médio, como o senhor e a maioria dos que estão aqui. E a terceira palavra é para pessoas que tem um nível cultural muito baixo, pelo chão, digamos, como aquele bêbado ali jogado na esquina. 

De imediato, cambaleando, o bêbado se levantou e, soluçando, respondeu: 

- Senhor postulante, aspirante ou candidato! O fato, circunstância ou razão de que me encontre em um estado etílico, bêbado ou mamado, não implica, significa, ou quer dizer que meu nível cultural seja ínfimo, baixo ou ralé mesmo. E com todo o respeito, estima ou carinho que o senhor merece, pode ir agrupando, reunindo ou ajuntando seus pertences, coisas ou bagulhos e encaminhar-se, dirigir-se ou ir diretinho à leviana da sua genitora, à mundana de sua mãe biológica ou à puta que o pariu!

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