Era 1º de Abril de 1964, na Praça da Estação, quando
desembarcou de um trem vindo do interior, um senhor trajando um bem cortado terno
de linho branco, chapéu de massa e portando uma mala de madeira, revestida de
papel amarelo desenhado e envernizado.
A cidade de Fortaleza se encontrava deserta, dado o delicado
momento político que afligia o país naquele instante. As incertezas eram
muitas, e a população se resguardava.
Alheio aos acontecimentos, o alinhado senhor estranhou a
cidade despovoada e ao avistar um soldado militar, dirigiu-se a ele para
perguntar o que estava ocorrendo. O soldado explicou que era em virtude da
“revolução” o fato de estar todo mundo em casa, e o comércio fechado.
Foi quando o femeeiro senhor demonstrou o real propósito da
sua visita a capital alencarina: - "Ai, quer dizer, autoridade, que até os cabarés estão
fechados?!"
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