Diz a lenda que Rui Barbosa, ao chegar à casa, ouviu
um barulho estranho vindo do seu quintal.
Foi averiguar e constatou haver um
ladrão tentando levar seus patos de criação. Aproximou-se vagarosamente do
indivíduo e, surpreendendo-o ao tentar pular o muro com seus patos,
disse-lhe:
- Oh, bucéfalo anácrono!.. Não o interpelo pelo valor intrínseco
dos bípedes palmípedes, mas sim pelo ato vil e sorrateiro de profanares o
recôndito da minha habitação, levando meus ovíparos à sorrelfa e à socapa.
E continuou:
- Se fazes isso por necessidade, transijo; mas se é para zombares
da minha elevada prosopopéia de cidadão digno e honrado, dar-te-ei com minha
bengala fosfórica, bem no alto da tua sinagoga, e o farei com tal ímpeto que te
reduzirei à quinquagésima potência que o vulgo denomina nada.
E o ladrão, confuso, disse:
- Dotô,
rezumino... Eu levo ou dêxo os pato?
Enviado pelo Carlos Augusto Moraes.
(Foto:Google)
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