Newton conta a primeira. Asdrúbal Morais ouve.
Não tem quem não ria quando o Newton Aragão conta as histórias das suas passadas
cirurgias. Eis um trecho de uma delas.
- Laprovitéra (é como ele me chama), sempre que me visitam, é desse jeito:
entram no quarto, olham pra mim, dão um sorriso sem graça e comentam: “Mas,
Newton, como você está bem... Nem parece que foi operado! Corado, tá com um
aparência ótima!”. Eu, com o peito latejando, me sentindo um verdadeiro galeto
de televisão de cachorro, tento dizer alguma coisa, mas a fala não sai. Aí,
continuam: “Não fale, Newton! Não fale, que dá gases!”
Newton conta a segunda. Asdrúbal continua ouvindo.
Outro.
- Laprovitéra,
numa das vezes que me operei, chamei o Gotardo para passar a noite comigo. Ora,
além de ser um excelente médico, ele é um amigo-irmão que eu adoro! Pois bem,
quando tornei da anestesia, o Peru (o mesmo Gotardo) havia acabado de chegar.
Eu tentei falar alguma coisa, mas, não consegui. Com o dedo na boca ele fez "Psiii...”, e eu, na
humildade dos enfermos, calei. Ligeiramente, o Peru ajeitou-se na cama de
acompanhante e adormeceu profundamente. Eu não, pois os roncos dele não me
deixaram!
(Fotos: Totonho
Laprovitera)
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