Escreve-nos o meu velho amigo Paulo Teixeira:
Zé da Glória, ou seja, Doutor José de Oliveira e Silva.
"Totonho Laprovitera, quando voltar para Fortaleza te mandarei uma foto histórica da Big Band tocando no Estoril, e vou tentar conseguir o CD da Dona Mazé, de Jucás , terra de meu pai, onde ela gravou algumas de suas músicas assinadas como Zé da Glória. Dona Mazé gravou com idade avançada, mas era uma virtuosa autodidata em bandolins.
Big Band, no Estoril, em Fortaleza.
Aliás, são os únicos registros que possuo de suas músicas. Certa feita, eu tinha uns 8 pra 9 anos, meu pai foi a casa do pai do Claudio Bananinha, ali na Dom Luiz, esquina com Joaquim Nabuco, pois o Chico Anysio estava lá hospedado. Fomos a seu encontro para levá-lo partituras que ele houvera prometido entregá-las ao Maestro Cipó. Tem uma história interessante, já contada pelo Neno Cavalcante, muito triste e pitoresca. Quando meu pai morreu, minha mãe resolveu doar sua biblioteca. Ele era juiz e gostava muito de estudar leis de vários países, ia a biblioteca pública e, aposentado, possuía um grande escritório na Barão do Rio Branco, próximo ao fórum antigo. Feita a seleção e separado objetos pessoais, pediu um caminhão de frete que levasse o que ficou para nosso sítio. Lá, morava uma antiga funcionária, desde a época de meu avô, que tinha o hábito de fumar cachimbo, com fumo brabo. Pois bem, passados alguns dias fomos ao sítio para procurar algumas coisas que deveriam ficar em nossa casa, principalmente as folhas de partituras das músicas compostas por meu pai. Em lá chegado, perguntamos : - Dedé, você não viu uma partituras? Ela respondeu - Sei que é isso não, meu fi, como eh? São folhas com várias linha e uns desenhos assim (e desenhei uma notas). Ela : - Vixe, meu filho, era importante? Pois usei um monte pra acender meu cachimbo, pois as bichas eram durinha e demorava a apagar segurando o fogo até o fumo abrasar. E, assim, muitas das músicas de meu pai ficaram inéditas."
(Fotos: Acervo Paulo Teixeira)
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