Conheci o Dr. Hildo Pinho, em Viçosa do Ceará, por ocasião de uma Semana Santa em que fui passar por lá, a convite de seu filho Humbertinho. A princípio, logo notei o típico bom humor do Dr. Hildo, que guardava a sutileza que distingue as pessoas inteligentes.
Ao chegar no Solar dos Pinho, uma janelada casa que se abre à alma dos olhos da cidade, vi o silêncio se partir ao som da música de seus residentes. Reunidos em ambiente assaz musical, o Solar se transformava em lar, quer dizer, em um reino onde a harmonia fazia com que as pessoas vivessem e se sentissem bem.
Pois bem, chegada a Sexta-Feira Santa, os de casa arrumaram as cadeiras na calçada para assistir a procissão passar. À frente, ajudando a carregar o andor, avistei o amigo Adail Fontenelle, todo contrito. A seguir, os músicos da cidade entoavam as repetidas e dolentes marchas sacras, enquanto, lá atrás, sozinho, acompanhado apenas do seu saxofone, Dr. Hildo seguia o cortejo.
Curioso, perguntei ao Humbertinho o porque daquela formação, no que ele me respondeu:
- Totonho, é que o papai acha que os músicos da banda desafinam muito!
(Ilustração: Desenho de Domingos Linheiro)
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