- Ontem eu fiquei pê da vida, quando vi na televisão um apresentador de programa policial chamar o bandido de “artista”.
- Ô classe desrespeitada, essa nossa!
- E invadida.
- Tem cabra que se diz artista, mas não desenha um ó com uma quenga!
- Como é que pode?
- Diz que faz arte conceitual...
- E é?
- Pra mim é um tremendo cara de pau.
- Ô mãezona é a Dona Arte!
- Caridosa que só.
- Abriga a alma de tudo quanto é gente desvalida.
- E a velha moda continua...
- Qual?
- A de desocupado dizer que é artista...
- Mas, tem uma ruma de artista desocupado.
- Peraí, nós, artistas, quando estamos desocupados é porque nos encontramos conversando com a inspiração.
- E é?
- É, sim. Quer dizer, quando somos artistas de vera.
- Ei, e quanto custa para ser artista?
- Às vezes, muito dinheiro... Às vezes, uma vida inteira...
- Como, assim?
- É porque para uma vida inteira de arte não tem dinheiro que pague...
A depreciação do artista vem de Platão... ele os expulsou da cidade perfeita porque os tinha como falsários, enganadores, já que a sua concepção de arte era a mimese. A conotação negativa perdura até hoje, mas tem a raiz no filósofo!
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