Raimundo Fagner & George Martin.
Quando soube da morte de George Martin, lembrei que por um triz ele não arranjou um disco do Raimundo Fagner. Aí, falei com o cantor e pedi para ele contar a história e ele, de pronto, contou:
“Quando fui gravar em Nova Iorque soube que ele já sabia de mim, através de George Harisson – uma fã de Belo Horizonte, amiga do Emerson Fittipaldi, que sabia que eu gostava dos Beatles, o presenteou com meus discos numa corrida de F1, em São Paulo. Então, o convidei pra fazer os arranjos de quatro músicas, no que ele falou que só toparia se fosse o disco todo. Como eu já estava com o estúdio Hits Factory – onde Lennon havia gravado o Double Fantasy –, recusei a proposta, e aí foi o vacilo. Era pra eu ter aceito na hora e cancelado o estúdio em Nova Iorque. É óbvio que ele não queria misturar os arranjos dele com os outros. Isso é a marca dos grandes produtores e eu não entendi a mensagem. Uma mancada dessa é igual a perder um pênalti em final de Copa do Mundo.”
Mas, rapaz... Pelo menos ficou a história, que dá vazão ao imaginário da importância do que teria sido o feito para a música brasileira. Sugeri ao Fagner que ele dedicasse seu próximo disco ao George Martin e ele gostou da ideia.
É, essas coisas só acontecem com os grandes talentos!
Pra quem não sabe, George Martin (1926-2016), foi um produtor musical, arranjador, compositor, engenheiro sonoro, músico e maestro britânico, bastante conhecido por seu trabalho com os Beatles.
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