Quando éramos adolescentes, por volta de 1973, eu e o saudoso amigo Cristiano inventamos uma rádio alternativa que funcionava desse jeito: o pai dele, Dr. Glauco, que também era radioamador, possuía dois possantes walkie-talkies, que tinham o incrível alcance de comunicação entre si de uns quinhentos metros. Daí, eu ficava em meu quarto, lá em casa – a uma quadra do Náutico Atlético Cearense – e ele nas mesinhas da praia da AABB, onde entrevistávamos amigos, conhecidos e inominados transeuntes.
Em nosso caseiro e improvisado estúdio, eu botava a música “Love's Theme”, do Barry White – nosso prefixo musical – pra tocar em uma radiola portátil Philips 610, com alguns efeitos sonoros obtidos através de um gravador de cassete portátil Philips EL 3302, e assim rolava o programa radiofônico.
E éramos criativos que só, pois intercalávamos entre uma entrevista e outra os sucessos musicais nacionais e internacionais, além de incidirmos uma pitada de humor, imitando distintas figuras da cidade e assíduos frequentadores da Beira Mar de Fortaleza.
Era uma brincadeira sadia em que, livres, leves e soltos, praticávamos a nossa inteligência criativa.
Ô tempo bom!
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