Essa história quem me contou foi o Alex Figueiredo.
Em passagem pelo sertão cearense, um engenheiro agrônomo foi convidado a visitar uma pequena propriedade no distrito de Caracará, no município de Sobral. Ao chegar na fazendola o agrônomo avistou o proprietário, um tradicional matuto, pastorando algumas vacas.
- Bom dia! Saudou o agrônomo, ao mesmo tempo em que o matuto também já respondia.
E o agrônomo:
- Olha que eu sou acostumado com clima quente, mas não sei explicar a razão de tanto calor aqui!
- “Doutô, né prumode” a quentura, não?
- É, tem razão... Mas, e tem chovido por aqui?
- Faz tempo, “sinhô”...
E mudando de assunto:
- E as vaquinhas, quantas são?
E o matuto:
- As “branca” ou as “maiada”?
- As brancas.
- Umas sete...
- E as malhadas?
- “Tombém”.
O agrônomo prosseguiu:
- E quanto pesa cada uma delas?
- As “branca” ou as “maiada”?
- As malhadas.
- Uma pela outra... uns “trezento” quilo...
- E as brancas?
- “Tombém”.
E o agrônomo mais uma vez:
- E quantos litros de leite cada uma dá?
- As “branca” ou as “maiada”?
- As brancas.
- Uma pela outra... uns nove litro...
- E as malhadas?
- “Tombém”.
O agrônomo, medonhamente invocado com a maneira do matuto responder, falou:
- Meu senhor, não é por nada não, mas uma coisa aqui está me intrigando...
- E “quequié”?
- Toda vez que lhe pergunto, você antes de responder pergunta: As “branca” ou as “maiada”?
- Sei...
- E quando escolho uma você me responde uma coisa...
- Sim...
- E quando pergunto pela outra você me responde a mesma coisa...
- Sei...
- O que não entendo é o seguinte: por que o senhor não me responde logo sobre as duas?
- É “pruquê” as “maiada” são minha...
- E as brancas?
- “Tombém”...
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