Quando espiei este instantâneo fotográfico, lembrei: Lá pelos anos 70, João Cambão foi passar umas férias em Fortaleza. Na época, a Praia do Ideal era o ponto de encontro da bronzeada mocidade da cidade. Ida obrigatória para quem quisesse se enturmar e paquerar naquele período.
Pois bem, logo ao chegar na praia, Cambão foi avisado:
- Bicho, presta atenção que a turma aqui dá o maior valor fazer hora com a cara de quem vem de fora.
- Pode deixar, eu sei me defender.
- Tô só avisando...
Ciente, o esperto Cambão tirou a florida camisa, ajeitou o estampado calção, abriu os braços, encheu o peito de ar e, demonstrando intimidade com o ambiente, gingou cariocamente ao caminhar de marcha à ré até adentrar aos verdes mares bravios da loira desposada do sol. Aí, quando se benzeu, alguém gritou: - "Ei, cara, olha a onda!"
Passado na casca do alho, conhecedor das gírias do lugar, Cambão, se balançando, contestou na bucha: - "Que onda é essa, meu irmão?!.." - Pou! Tibum! Blu, blu, blu, glu, glu, glu... De cheio a onda o colheu!
Ziguezagueando em sua zonzeira, com os olhos encarnados, o calção cheio de areia, levantou-se, deu três avexados e curtos pulos, inclinou o quengo e bateu nele com o punho para tirar a água do pé do ouvido.
Levou a maior vaia da paróquia!
(Foto: Google)
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