“... é preciso sempre, semear mais vida.” (Shunji Nishimura)
Nascido em Kioto, Japão, Shunji Nishimura (1910-2010) chegou ao Brasil em 1932 e de lá para cá construiu uma história de força, perseverança e realizações.
Do Porto de Santos, onde desembarcou, foi direto para uma fazenda na lavoura de café. Trabalhava tanto que as mãos chegavam a sangrar. Um ano depois foi tentar a vida no Rio de Janeiro. Em Petrópolis arrumou emprego de garçom na casa de uma família tradicional.
Com o lema de que sempre deve começar mais cedo o trabalho e terminar mais tarde, também cuidava dos jardins e fez uma horta. Foi reconhecido e ganhou um pouco de dinheiro. Voltou para São Paulo, onde matriculou-se no primário e foi trabalhar como torneiro e soldador.
Aos domingos frequentava a Igreja Episcopal, onde dava aula na escola dominical e conheceu a professora Chieko, com quem se casou. Com amigos, abriu uma oficina no bairro da Lapa. O dinheiro não dava para todos e mais uma vez recomeçou a vida. Entrou no trem e prometeu só descer na última parada. Foi na cidade de Pompéia, em abril de 1938. Abriu uma pequena oficina na própria casa e colocou a corajosa placa: " Conserta-se Tudo".
Começou a fabricar seus próprios produtos, como canecas feitas à base de latas de óleo. A oficina cresceu e 10 anos depois ele fundou as Máquinas Agrícolas Jacto. No ano seguinte surgiu a primeira polvilhadeira costal manual, que foi sucesso imediato no combate às pragas do café e algodão.
Vieram depois os pulverizadores e em 1979. Shunji Nishimura trouxe para Pompéia o vice-presidente da República, Aureliano Chaves, quando lançou a primeira colhedeira de café do mundo: A K-3, feita com tecnologia nacional, que derriça o café, recolhe, abana e ensaca os grãos.
Nishimura fundou três escolas - o Colégio Técnico Agrícola de Pompeia, uma escola de ensino fundamental e a Escola Profissionalizante Chieko Nishimura, esta, em convênio com o Serviço Nacional da Indústria (Senai). Também criou a Fundação Shunji Nishimura de Tecnologia. Em entrevista concedida ao Estadão em 2008, no centenário da imigração japonesa, ele contou que ainda tinha planos: "Se eu tivesse mais 100 anos, iria brigar para que todos os estudantes brasileiros tivessem pelo menos um ano de ensinamentos agrícolas".
Fonte: Prefeitura de Pompeia.
Totonho, grande amigo! Obrigado pela homenagem a este grande homem que foi e continua sendo referencia para todos nós!
ResponderExcluirVc é especial!
Um forte abraço,
Franklim