Tio dos irmãos Gordo e Capote, Paulinho era cheio de conversa para queixar as empregadas domésticas em suas cercanias, pela Avenida Dom Manoel. Para atacá-las, cheio de trejeitos, ele fazia uso de um carregado sotaque carioca e se apresentava como ex-baterista do conjunto do Roberto Carlos. Ora, era tiro e queda!
Certa vez, useiro e vezeiro no artifício do floreado galanteio, assim Paulinho investiu na conquista de uma das donzelas:
- Boa noite.
- Boa...
- Por acaso, você tem um mapa?
- Não, por quê?
- Porque me perdi no brilho dos seus olhos.
- Vaila...
- Olha, broto, eu passei muito tempo fora daqui, morando no Rio de Janeiro e viajando Brasil afora com o Rei, à trabalho, é claro. Mas vou te dizer uma coisa...
- Ãh?
- Vai, me chama de capeta e deixa te possuir...
- Pra lá...
- Olha, você não é a Garota de Ipanema, mas é a coisa mais linda e cheia de graça que já vi...
- Nã!
- Você gosta de Toddy?
- Gosto, por que?
- Porque se você quiser eu posso ser Toddynho seu.
- Engraçadim...
- Me chama de relógio e tira o meu atraso, sua linda!
- Marrapá...
- Papo de urubu, pena de galinha, se você quer um beijinho dê uma risadinha!
- Aí dento...
- Broto, já vi que tô sem chance...
- Vaza, carniça!
E assim foi. É que nem sempre as investidas do conquistador Paulinho, o ex-baterista do Rei, logravam êxito.
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