sábado, 8 de outubro de 2016

Êh, saudade...

Rejane Porto.

Dei o maior valor ao seguinte texto da Rejane Porto:

“Êh, saudade... 
Saudade do tempo em que acreditávamos: 

- que a boneca Xuxa acordava e feria seu pescoço na madrugada; 
- que o boneco Fofão era consagrado ao capeta e tinha uma espada por dentro da costura; 
- que o disco do Roberto Carlos, quando girado ao contrário, tocava uma música do diabo; 
- que se você virasse a pálpebra e o galo cantasse, ficaria cega; 
- que se, a noite, um pássaro sobrevoasse sua casa e cantasse, alguém dali iria morrer; 
- que a chinela virada adoecia a pessoa; 
- que, quando duas pessoas falavam a mesma palavra ao mesmo tempo, tinham que pegar no verde ou dava dor de barriga; 
- que, quando um fio de cabelo caia, você tinha que fazer o alfabeto nele para chegar à letra do futuro amado. 

Saudades de um tempo onde a maldade era só ficção.”

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