quinta-feira, 27 de julho de 2017

Matutando

Cá pra nós, quase todo dia eu peço a Deus para envelhecer com dignidade. Para isso, eu penso que devemos tratar a vida bem, pois assim ela também nos tratará. 

Penso ainda sobre solidão e digo: Se Deus é Pai, a Arte é Mãe! Veja, em sua solidão é quando o artista conversa com Deus. 

Pois é, o negócio é sabermos enxergar a vida de uma maneira simples, o que certamente é muito difícil aos tolos mortais. Não é querendo ser as pregas, não, mas nós artistas vivemos a vida, enquanto medíocres por ela passam

Aí, com meus botões fico matutando, enquanto na velha rede de algodão cru eu me balanço com o pé na encardida parede, e chego à seguinte conclusão: Só os outros morrem!

terça-feira, 25 de julho de 2017

Eu uso óculos

A imagem pode conter: uma ou mais pessoas, óculos de sol, barba e close-up

Antes que me perguntem, esses óculos possuem um conjunto de pequenos leds, que acendem através da emissão de energia de pensamentos positivos.

segunda-feira, 24 de julho de 2017

Arte pra que?


Pra que arte? Se o mundo existisse em harmonia, se a natureza causasse o equilíbrio entre as pessoas, talvez, não necessitássemos de arte para viver. 

(Foto: Diário do Nordeste)

sábado, 22 de julho de 2017

Vendedor de doce


Passando pela calçada do “Boteco do Ciço”, o vendedor ambulante anunciou suas mais diversas guloseimas. Ocorre que, na mais completa falta de higiene, ele não parava de coçar suas partes antes de oferecer um doce ao Valtinho, justamente na hora em que Chiquinho perguntava sobre os sabores constantes no tabuleiro. Daí, palpitei: - Pelo visto, esse aí que ele tá oferecendo deve ser creme de ovos!

(Foto: Google)

sexta-feira, 21 de julho de 2017

Ambrosia


Manjar dos deuses do Olimpo, ambrosia era um doce que de tão poderoso, segundo a mitologia grega e romana, quem o comesse viraria forte e imortal. 

Às vezes, era misturada com néctar e bebida. 

No “pai dos burros”, ambrosia também significa delicioso, saboroso, coisa que deleita e causa grande prazer. 

No Ceará, ambrosia é tão-somente um delicioso doce de leite com ovos. 

(Foto: Google)

quarta-feira, 19 de julho de 2017

Comer como um padre


Na Quaresma, ouvindo o Papa Francisco dizer que “o verdadeiro jejum vem do coração”, lembrei que a gula é um dos pecados capitais e, geralmente, causa muitos males. 

Sobre gula, antigamente, os padres andavam pra cima e pra baixo, à cavalo, para celebrar missas, casamentos e batizados pelo chão sagrado das fazendas do sertão nordestino. Era no tempo em que eles só passavam uma vez por ano nos lugares mais afastados. Daí, sem poder comer nada até a hora das celebrações, após as cerimônias os donos da casa os ofereciam o almoço. Juntando o tamanho do banquete com o apetite do padre, dá pra se imaginar a cena. Daí surgiu a expressão “comer como um padre!” 

Falando nisso, no almoço na casa grande do Coronel Coró, após devorar a refeição, o fartíssimo Curió soltou um baita arroto e falou: - “Comi como um padre!” 

Aí, o aporrinhado Padre Pessoa, que se abancava à mesa ao lado direito da cabeceira do Coronel, rebateu na hora: - “Não, meu filho, você não comeu como um padre, não. Você comeu feito um obeso suíno...” 

“Ô, vigário, assim o senhor me encabula... Bondade sua”, agradeceu o ingênuo Curió.

Cabeça de Mola


Outro dia, lembrei do constante balançar da cabeça do Wanks, antigo morador da Estrada da Serrinha, pelas bandas de Arronches. 

Pois bem, o Cabeça de Mola, quer dizer, o Wanks, era desse jeito. Com o quengo chacoalhando pra lá e pra cá o tempo todo, ele passava o dia inteiro assoviando e fazendo cera até chegar a hora do racha ao final do dia. 

Era oito contra oito. Um no gol, sete na linha e a bola de couro marrom, de gomos largos costurados, com um pequeno bucho, rolava no campo de areia, debaixo das centenárias mangueiras do terreno defronte ao sítio Rancho Alegre. 

Por ser galalau, Cabeça de Mola era comandante de ataque e craque na arte de fazer gol cabeceando de efeito.

terça-feira, 18 de julho de 2017

Na Fortaleza de 1970


Casa da família Montenegro Cavalcante, na Avenida Desembargador Moreira, 246, esquina com a Rua Ana Bilhar. Projeto do meu mestre arquiteto Neudson Braga.

Saudade do amigo Humbertinho...

(Foto: Acervo Ricardo Cavalcante)

segunda-feira, 17 de julho de 2017

Na Fortaleza de 1969


Quando recebi essa foto – de autor desconhecido – enviada pelo Paulo César Norões, eu viajei no tempo! 

A imagem retrata a Praça Portugal, ao fundo da calçamentada Avenida Dom Luiz, na Fortaleza de 1969.

domingo, 16 de julho de 2017

Estranho ofício


Estranho, existem ofícios tão antigos, mas que ainda não são qualificados como profissão. 

Por exemplo. Acho interessante quando eu me apresento como artista plástico e alguém me pergunta: - “Sim, mas você trabalha mesmo com que?”

(Imagem: Google)

sábado, 15 de julho de 2017

Save The Date

Curioso. Ao receber um "Save The Date" já para as festas de final de ano, lembrei de um cidadão que promoveu um Réveillon "Fora de Época"!

Com direito à Hino Nacional, foguetório e tudo mais!

quarta-feira, 12 de julho de 2017

Motinha

Dr. Motinha cortando o cabelo. (Foto: Acervo da família Mota)

Um dos amigos mais poéticos que eu tive foi o Motinha. 

Pois bem, certa vez, ele me telefonou para dizer que havia achado uns versos apaixonados, mas que era coisa de amor escondido. Aí, recitou: "Devolva-me os meus sonhos, mas guarde meus segredos". Então, eu emendei: Amigo véi, isso dá canção! Continuei a letra e pedi para o Peninha musicar. 

SONHOS E SEGREDOS
(Amaro Penna / Motinha / Totonho Laprovitera)

Devolva-me os meus sonhos,
mas guarde meus segredos
Esqueça meus pecados,
mesmos os mais banais

Da joia que eu lhe dei,
apague as iniciais,
mas, não diga, por favor,
que já não me ama mais

O medo que vivemos
ainda nos persegue
Mesmo sendo livres,
jamais nos pertencemos

Loucuras cometemos
e hoje entendemos
Vivamos o infinito
dos sonhos das paixões

Se somos um poema
musicado de amor, 
sigamos o destino 
que a vida escreveu 

Peninha, bora terminar a música?

terça-feira, 11 de julho de 2017

Somos artistas


Ao chegar ao café da livraria, assim que cumprimentei o casal Urbano e Ana Luiza – a falarem com Ana Maria – fui abordado por um conhecido que disse ter me visto por entre as prateleiras de livros, mas que havia ficado em dúvida se era eu mesmo. E comentou: - “Totonho, você está muito novo.” 

Depois de nos cumprimentarmos, arriscamos estabelecer uma conversa, mas nos guardamos em silêncio. Ele, talvez, aguardando que eu dissesse alguma coisa, e eu, receoso por saber à respeito de seu filho. Bem, vou explicar porque. 

Há cerca de uns dez anos, mais ou menos, o Murilo me telefonou para dizer do grave mal que o filho de um amigo estava acometido. Pediu-me, então, para que eu os acompanhasse à exposição do artista plástico Antonio Bandeira, na Universidade de Fortaleza. “Totonho, gostaríamos que você nos guiasse nessa visita”, disse ele. E passou a contar que para enfrentar o duro tratamento, o jovem havia se valido das artes. “Ele está tão interessado, chega até começou a desenhar e a pintar”, continuou. “É, a arte se faz mãe para nos tornarmos irmãos”, matutei. 

Percorrendo toda a mostra, explanei tudo o que eu sabia sobre o artista. Falei das técnicas de representação, das expressões e, de quebra, ainda me dispus a praticarmos uma parceria artística. Porém, não sei por qual razão, paramos por aí. 

Pois bem, aquele meu breve encontro na livraria me fez cogitar sobre qual teria sido o destino daquele jovem aspirante às artes. Pensando bem, ora, todos nós somos artistas, porém, só alguns assim se agarram na vida.