quarta-feira, 19 de julho de 2017

Comer como um padre


Na Quaresma, ouvindo o Papa Francisco dizer que “o verdadeiro jejum vem do coração”, lembrei que a gula é um dos pecados capitais e, geralmente, causa muitos males. 

Sobre gula, antigamente, os padres andavam pra cima e pra baixo, à cavalo, para celebrar missas, casamentos e batizados pelo chão sagrado das fazendas do sertão nordestino. Era no tempo em que eles só passavam uma vez por ano nos lugares mais afastados. Daí, sem poder comer nada até a hora das celebrações, após as cerimônias os donos da casa os ofereciam o almoço. Juntando o tamanho do banquete com o apetite do padre, dá pra se imaginar a cena. Daí surgiu a expressão “comer como um padre!” 

Falando nisso, no almoço na casa grande do Coronel Coró, após devorar a refeição, o fartíssimo Curió soltou um baita arroto e falou: - “Comi como um padre!” 

Aí, o aporrinhado Padre Pessoa, que se abancava à mesa ao lado direito da cabeceira do Coronel, rebateu na hora: - “Não, meu filho, você não comeu como um padre, não. Você comeu feito um obeso suíno...” 

“Ô, vigário, assim o senhor me encabula... Bondade sua”, agradeceu o ingênuo Curió.

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