Meu nome é
Marytannya, sou amiga do Chico Militão, que foi quem me deu seu endereço para,
em tom de desabafo, eu lhe escrever esta missiva para contar o que me aconteceu
na noite de ontem.
Bem, depois
de quase dez anos de casados, eu estava na cama com meu marido, quando senti ele
me acariciar, como não fazia há muito tempo. Começou pelo cangote, desceu pelas
costas, foi até a bunda, voltou de novo ao cangote, passou pelos ombros, seios e parou na barriga.
Colocou a mão no sovaco do meu
braço esquerdo, passou no seio, na
bunda, foi da perna esquerda até o pé, subiu pela virilha e parou bem em cima. Fez a mesma coisa na perna direita e, de repente, virou as costas e
não falou uma palavra. Aí, já "acesa", carinhosamente eu lhe disse:
- Ô, meu amor, estava tão maravilhoso, por que você
parou?
E ele,
resmungando:
- Já encontrei o controle remoto...
Bem, vou
ficando por aqui porque vou visitar o coitado no Instituto José Frota, onde ele
se encontra no corredor da Emergência, com politraumatismo, desde ontem à
noite.
Atenciosamente,
Marytannya"
Prezada Marytanya,
Antes de mais nada, a violência deve ser desprezada
em quaisquer circunstâncias. Portanto, nada a justifica.
Agora, com tantos carinhos do seu marido, será
que ele precisava do controle remoto para mudar de canal?
No mais, em caso de um outro frustrante momento, recomendo-lhe
sensatez.
Cordialmente,
Laprovitera
(Foto: O Povo)
Podia ter lhe embutido o controle remoto, né, Totonho?
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