terça-feira, 3 de abril de 2012

Na cama, sem controle

"Prezado Laprovitera,

Meu nome é Marytannya, sou amiga do Chico Militão, que foi quem me deu seu endereço para, em tom de desabafo, eu lhe escrever esta missiva para contar o que me aconteceu na noite de ontem.

Bem, depois de quase dez anos de casados, eu estava na cama com meu marido, quando senti ele me acariciar, como não fazia há muito tempo. Começou pelo cangote, desceu pelas costas, foi até a bunda, voltou de novo ao  cangote, passou pelos ombros, seios e parou na barriga. Colocou a mão no sovaco do  meu braço  esquerdo, passou no seio, na bunda, foi da perna esquerda até o pé, subiu pela virilha e parou bem em cima. Fez a mesma coisa na perna direita e, de repente, virou as costas e não falou uma palavra. Aí, já "acesa", carinhosamente eu lhe disse:

- Ô, meu amor, estava tão maravilhoso, por que você parou?

E ele, resmungando:

- Já encontrei o controle remoto...

Bem, vou ficando por aqui porque vou visitar o coitado no Instituto José Frota, onde ele se encontra no corredor da Emergência, com politraumatismo, desde ontem à noite.

Atenciosamente,
Marytannya"


Prezada Marytanya,

Antes de mais nada, a violência deve ser desprezada em quaisquer circunstâncias. Portanto, nada a justifica.

Agora, com tantos carinhos do seu marido, será que ele precisava do controle remoto para mudar de canal?

No mais, em caso de um outro frustrante momento, recomendo-lhe sensatez.

Cordialmente,
Laprovitera

(Foto: O Povo)

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