quarta-feira, 11 de abril de 2012

O Gaúcho da Beira Mar



Em questão de merenda, não tinha quem fizesse mais sucesso do que o trailer do Gaúcho, na Avenida Beira Mar, em Fortaleza. Os sanduíches “meat com” (pão bola, hambúrguer, queijo prato, ovo, tomate, alface e maionese), “meat sem” (pão bola, hambúrguer, queijo prato, tomate, alface e maionese) e “passaporte de galinha” (pão de cachorro quente, galinha desfiada, ervilhas, queijo ralado e maionese), com o molho especial, de receita guardada à sete chaves, davam água na boca dos que pertenciam às classes média e alta da capital alencarina, nos anos 70. 

E era assim. Do comecinho da noite até altas horas da madrugada, os esfomeados rueiros formavam e enfrentavam uma fila tamanho dum bonde para serem servidos. E olha que, pra época, os preços eram salgados que só. Falando nisso, lembrei agora de um conhecido cidadão, bem nutrido de peso e grana, que pra fazer inveja aos demais, entre goles de refrigerante e sonoros azedos arrotos, saboreava um sanduíche atrás do outro. 

Salvo engano, o Gaúcho ocupou uns três pontos na Avenida Beira Mar. Talvez, também tenha ocupado o térreo do Shopping Center, um pequeno centro comercial situado defronte ao Center Um, na Avenida Santos Dumont. Não sei. Sei, que o velho trailer terminou estacionado numa base de alvenaria, na ladeira de uma rua de esquina da Beira Mar, bem próximo à Volta da Jurema, lá pelo final dos anos 80. 

(Foto: Marcus André de Sousa)

3 comentários:

  1. Um gaúcho que marcou época no Ceará

    Totonho, eu era assíduo no trailler e, depois, no Beer House, na Praça Portugal, sócio fundador, como ele, Clóvis, costumava dizer. Era coisa cotidiana. Mas, o grande dia era sexta. feirinha das Flores na praça e, de madrugada, o racha com os garçons, de cueca no gramado da praça, sob os aplausos da torcida. As garçonetes. O capitão do time deles era o gerente, Manuel Lobão. Grande figura. Aliás, o irmão dele depois foi ser eletricista chefe da Construtora Mendonça Aguiar, sob a chefia do Bakura. O capitão do nosso time era o Bakura e eu jogava no gol e era também o roupeiro. Ou seja, ficava de olho no monte de roupa pra um sacana não deixar a gente voltar pra casa pelado. Aqui e acolá aparecia um querendo levar só por sacanagem.

    Muito tempo depois, estudei com ele na Unifor, Direito, eu com mais de trinta e ele perto dos sessenta anos. Eu não sabia, ele estava na fase final de um maldito câncer. Mas, nunca transparecia. Era sempre aquela alegria indomável e um coração de ouro. Gostava de ajudar os mais humildes.

    Antes de partir, lembro bem, fez uma cota entre nós colegas para encomendar um novo carrinho de pipoca para o nosso pipoqueiro que alugava um. Tá lá.

    Por Alexandre Figueiredo

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  2. Bons tempos! Época em que podíamos lanchar em de madrugada na nossa terrinha que hj anda muito perigosa!
    Graças a Deus tive o privilégio de curtir essa época!

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  3. Os melhores. Alguém sabe onde estão agora?

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