quinta-feira, 22 de junho de 2017

O homem que comia papel

Dunga Odakan.

"O homem que comia papel mastigava letras, ofícios, duplicatas, arrotava palavras, quase nenhum som dele se ouvia.
O homem que comia papel obrava textos, pontos, vírgulas, cartas de dor de um findo amor, que o coletor de lixo recolhia. 
O homem que comia papel só não engolia pão de poesia, por isso sua digestão era complicada, ele vivia com disenteria. 
Morreu com excesso de palavras e anemia de poesia. Por não saber que o homem é o que come, e poesia é fibra necessária ao dia à dia." 

Dunga Odakam

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