O bolo da índia Iracema

O boa gente Rolando.

Um dia desses, Rolando foi à auto-escola do amigo Bosco para tirar a segunda via da carteira de motorista da sua namorada. Traçadas as providências, então, o trio se dirigiu ao DETRAN, bem em frente. No entanto, ao atravessar a Avenida Godofredo Maciel, Rolando quase que foi atropelado, pois se distraiu ao ver em uma venda de bolo na calçada, uma linda vendedora que mais parecia a índia Iracema, aquela virgem dos lábios de mel, trajando um shortinho bem curtinho. Na hora, a namorada não gostou nem um pouco do que presenciou.

O também boa gente Bosco e Kaká, seu fiel escudeiro.

Pois bem, à noite, no bar do Vaval, Bosco começou a perguntar ao Rolando se ele gostava de bolo:

- Adoro, Bosco!

- Pois lá na calçada do DETRAN tem uma venda que só tem bolo do bom!

- É, eu sei...

- Tem bolo fofo, bolo mole, amanteigado, Luiz Felipe, formigueiro, de carimã, bata doce...

- Eu gosto de todos...

- E quando é que você vai lá pra merendar?

- Acho que terça-feira...

- Amanhã?!

Aí, foi quando a namorada, afobada de ciúme, parou de cortar um queijo de coalho assado, e, como se estivesse amolando, limpou a faca num guardanapo de papel e comentou:

- Pra caber um cabra enxerido desse, só vai se for em três malas... 

- Calma... - ponderou Bosco.

- Mas, eu tô é calma, senão ele já estaria era desmontado...

- Bem, já que é assim, posso lhe dar uma sugestão?

- Diga, Bosco... 

- Por que, ao invés duma faca, você não pega uma tesoura e só corta o implante capilar superior do Rolando?!

- Negativo! Pode pegar a faca e preparar as três malas mesmo! - arrematou Rolando.