quarta-feira, 17 de agosto de 2016

Sarado na praia


Eu estava passando uns dias no Rio de janeiro, quando meu amigo Adolfinho me convidou para ir à praia. Como de costume, relutei um pouco, mas, ele acabou me convencendo quando falou que eu devia conhecer a Barraca do Pepê, na Barra da Tijuca, lugar frequentado pelos adeptos do conceito de alimentação natural, que reunia muita gente bonita da geração saúde da cidade etc. 

Vesti meu calção de banho, de pano estampado com motivos tropicais, minha descolada camisa de meia, gola olímpica, e enfiei meus pés no velho par de chinelas japonesas. Para esconder os olhos de ressaca, assentei meus óculos escuros e nos mandamos para a tal praia. 

Ao chegarmos, enquanto eu acompanhava os passos de Adolfinho, uma belíssima, saradíssima e dourada garota aproximou-se de mim e, com um jeito bastante reservado, quase cochichando, me perguntou se eu aceitava o cartão dela. Sem nem pestanejar, vaidoso até o talo, eu disse que sim. Aí, ela pegou o cartão, pôs no cós do meu calção, sorriu e seguiu em frente, “num doce balanço, a caminho do mar”. Espiando, atento e surpreso com a cena, Adolfinho comentou: “Pô, Totonho, tá podendo, hein?”

Discretamente, li o cartão e comentei baixinho: Ah, égua... 

- Que foi, Totonho? 
- Pense numa fuleragem... 
- Fala. 
- O cartão... 
- Que diz o cartão?
- “Saiba como perder gorduras localizadas."

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