Lauro Maia.
Lauro Maia Teles herdou da mãe dona Laura os dotes artísticos e foi com ela, compositora, pianista e professora, que tomou as primeiras lições. Aos cinco anos já tinha noções de piano e aos nove já tocava algumas músicas da mãe. A primeira composição, Chega Pia, no entanto, só foi feita, quando ele já era adulto. O fox foi feito numa das mesas do Café Emygdio, na Praça do Ferreira, aproveitando a deixa de um ditado bastante popular na época, depois veio a marchinha Não Te Quero Mais e ele não parou de mais produzir.
As canções, que depois viraram sucesso nacional, começaram a ser divulgadas pela Ceará Rádio Clube e pela Escola de Samba Lauro Maia. O primeiro sucesso, Deus Me Perdoe, parceria com o cunhado Humberto Teixeira, foi gravada em 1946 por Ciro Monteiro.
Trabalhando na Rádio Tupi e no Cassino Atlântico, teve músicas gravadas por Orlando Silva, Gilberto Milfont, Ciro Monteiro e 4 Ases e 1 Curinga. A produção de Lauro Maia foi intensa: de 1937 a 1950, ano de sua morte, foram mais de 100 composições, nos mais variados ritmos desde o balanceio, passando pelo samba, baião, miudinho, choro, ligeira, valsa, xote e o fox.
“Lauro Maia foi um compositor versátil, eclético, que não se prendeu ao radicalismo dos ritmos nativos nem se entregou aos apelos externos. Fez a fusão do carioca com o cearense, do romântico com o jocoso, do clássico com o banal, produzindo peças da mais legítima Música Popular Brasileira”, escreve o pesquisador Nirez, na abertura do livro O Balanceio de Lauro Maia.
O compositor Lauro Maia morreu no dia 5 de janeiro de 1950, aos 37 anos, no Rio de Janeiro, vítima de tuberculose, doença que se manifestou três anos antes, mas que fez questão de esconder da família para se livrar dos cuidados que a enfermidade exigia.
Texto extraído do jornal O Povo, de 5 de janeiro de 2000.
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