domingo, 6 de novembro de 2016

O entrevero


A medonha dor de dente teimava em não passar. Ora, ao abocanhar uma roceira cocada, uma felpa da quenga se enfiou bem dentro do buraco do molar cariado de Delcídeo. Sem remédio, pediu perfume à namorada Vilma para ver se aquela agonia passava e nada... 

Mesmo assim, o casal decidiu ir com uma turma danada ao desfile da tão esperada micareta da cidade. O programa era arrumado e com direito a estarem no suntuoso e aconchegante camarote da prefeitura. 

Porém, para agradar as autoridades presentes, o alegre cafetão do lugar enviou um lote de formosas donzelas para animar o ambiente. 

Roída, Vilma teve uma crise de ciúmes e passou a repreender Delcídeo que, com gentileza, desfechou: “Vilminha, por obséquio, vá cagar no mato, vá!” 

Vilma não foi e passou a noite toda choramingando a grosseria do bruto namorado. 

(Foto: Google)

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