quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Moda


Calça “boca de sino”, sucesso no inicio dos anos 70! E se a moda volta?

(Foto: Google)

Feira Moderna


"Gal Costa e Som Imaginário - Programa Ensaio 1970 - TV Tupi - Com Feira Moderna (Beto Guedes - Lô Borges - Fernando Brant), o Som Imaginário (aqui no apogeu da sua formação: Zé Rodrix no vocal, flauta e teclados; Fredera na guitarra elétrica, Robertinho Silva na bateria; Wagner Tiso no piano; Luiz Alves no baixo e, Tavito violão 12), encerrava o primeiro programa Ensaio, da cantora Gal Costa. Outros viriam em 1994 e 2008. A canção seria um grande sucesso de Beto Guedes no fim dos anos 70. Aqui ela aparece quase inédita, vestida pela roupa provocativa do underground da MPB. Puro hino do desbunde! Este Ensaio terminava fadado para entrar na história da MPB. Há falhas no vídeo, mas é superado pelo seu valor histórico."

Ode ao Amor de Francisco e Clara: Capítulo 1


1.    Tanto Tempo

Francisco e Clara se conhecem e começam a conversar. Diante da reciprocidade entre os dois, chegam a conclusão que deveriam ter se conhecido há muito tempo e lamentam por isso. Resolvem dizer suas histórias em tempo contado diferente. Daí, a vida deles se faz alegre. Afinal de contas, o que nos torna injustos em relação a ela é quando a alegria não é recordada.[i]

Tanto tempo se passou
até nos encontrarmos
e hoje penso na ideia:
Do futuro pro presente,
façamos nossa história
ser contada diferente

Quantos anos convivemos,
quantas vidas já vivemos?
Qual a sua direção,
qual é mesmo o sentido?
Como conta o destino
do que vai acontecer?

Acredito que na vida
nada por acaso é
Se você quiser me amar,
terei tudo que preciso
Mas, seja meu amor ou não,
quero lhe fazer feliz!

Ode ao Amor de Francisco e Clara: Totonho Laprovitera conta, Amaro Penna canta.
(Foto: Totonho Laprovitera)

[i] (Adaptado de Jean Paulhan)

Deu no rádio


Deu no rádio: “Pra renovar a carteira de habilitação, solicitaram de Adoniran Eustáquio, do Bairro Pirambu, que ele levasse a velha. O obediente motorista estranhou, mas no dia seguinte retornou ao Detran, com Dona Maria Aparecida, sua mãe, de 84 anos de idade.”

Do livro Eu Conto, de Totonho Laprovitera.
(Foto: Google)

Fiado pra estudante!


E o Costa Neto me indica duas publicações na Livraria do Arquiteto, no Curso de Arquitetura e Urbanismo da UFC:  a Revista Monolito e o livro Manual do Arquiteto. Negada, isso aqui né comercial, não, mas é que o Costinha vende livro fiado pra estudante, então, o caba tem mais é que ser prestigiado!

Nublu Club

Da esquerda pra direita: José Araújo, Ilhan Ersahin, Totonho Laprovitera e Silvio Frota, no Nublu Club.

De diversas partes do mundo, o Nublu Club, em Nova Iorque, leva para seus frequentadores excelentes bandas do cenário musical internacional. Convidados pelo cineasta José Araújo, eu, Elusa e o Silvio Frota fomos recebidos pelo músico Ilhan Ersahin, proprietário da casa, e assistimos uma apresentação especial do grupo Forro In The Dark. Quer dizer, fomos a um forró em plena New York!

(Foto: Elusa Laprovitera)

Faz sentido


Era uma vez um piau que achava que o aroma das manhãs era só dele. Aí, ele sentiu que o cheiro do mundo é de quem o respira.

Era uma vez um piau que achava que a lua podia comer. Aí, ela notou que o firmamento não podia alcançar.
Era uma vez um piau que achava que podia pegar o sol com a mão. Aí, ele notou que o sol não cabia em suas mãos.
Era uma vez um piau que achava que todas as cores eram dele. Aí, ele viu que as cores são dos olhos de quem as vê.
Era uma vez um piau que achava que todos os sons eram dele. Ai, ele ouviu que os sons são de quem os escuta.

E, duma vez, esse piau pegou um lápis e no papel traçou uma linha. Em nós, atou os cinco sentidos: o olfato, o paladar, o tato, a visão e a audição. E assim fez um desenho que acreditava ser apenas dele.

Um viu, outro viu, todos viram e o desenho tornou-se de todos nós.

(Ilustração: Duna loteada, luz e sobra. Desenho de Totonho Laprovitera)

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Momento literário


"A dama de vermelho era a de azul, afinal de contas, o país era das maravilhas!" Assim é o início do livro As Damas, de Chico da Parangaba.

100% abençoado!

Billy e Inri.

E não é que nosso amigo Marcos Mello, o velho Billy, agora está 100% abençoado! Pra provar a veracidade do acontecido, taí o retrato dele com o Inri Cristo, depois do seu pedido de bênção ao líder religioso que apregoa ser a reencarnação de Jesus Cristo.

Vixe Maria, desse jeito haja cristão abençoado nesse mundinho de meu Deus!

(Foto: Arquivo Marcos Mello)

A Família Trapo

A Família Trapo.

Na década de 60, confusa e divertida, A Família Trapo fazia o maior sucesso na televisão brasileira. Ela vivia em volta do Carlos Bronco Dinossauro (Ronald Golias), que era irmão de Helena Trapo, a mãe (Renata Fronzi). Bronco era folgado e tinha como a sua maior vítima o seu cunhado Peppino Trapo (Otello Zeloni), o pai da família. Tinha ainda a Verinha, a filha (Cidinha Campos), Sócrates (Ricardo Corte Real), o filho, e o mordomo Gordon, que era o Jô Soares.

(Foto: Arquivo TV Record)

Ode ao Amor de Francisco e Clara: Prólogo


“Compondo a beleza rara
da poesia sonora,
tua noite é sempre clara
e o teu dia é sempre aurora
Pois, mesmo sendo Canção,
gozas da mesma atração
do famoso uirapuru;
Teu verso causa ciúme
e possui mesmo o perfume
das flores do Pajeú”
 (Patativa do Assaré)

Francisco é um andarilho do tempo a viajar universos e navegar em sonhos.
Clara é uma sonhadora predestinada a fazer acender a luz das estrelas.

Na estação dos solitários o relógio marca as horas, minutos e segundos. O desejo dos apaixonados, destinos incertos.

Embriagado de néctar e de nepentes, Francisco ouve o dizer da encantadora loucura, repentes da natureza humana. Sente saudade da falta de alguém, de um amor que não vingou, de chances perdidas, de um tempo qualquer ou de um simples momento que lhe marcou. Lembra da história de um grande amor, dos momentos alegres vividos juntos com a família e os amigos, dos lugares bonitos que conheceu e do tempo em que era feliz e não sabia.

Ao avistar Clara, espia a saudade como um precioso cálice que alivia e dissipa os infortúnios, alimentando a sua alma. Que dela a porção aplaque as iras e as suas tristezas desterre.

Escrito numa nota de um real está aos olhos dos frenéticos passantes: Não se apresse, tudo tem seu tempo...


Ode ao Amor de Francisco e Clara: Totonho Laprovitera conta, Amaro Penna canta.
(Foto: Totonho Laprovitera)

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

BR6: Garota de Ipanema


"Uma interpretação do Grupo Vocal BR6 da música Garota de Ipanema, composta em 1962 por Vinícius de Moraes e Antônio Carlos Jobim. O BR6 é um grupo a capella carioca formado pelos seguintes seis cantores-professores, músicos e arranjadores em atividade no Rio de Janeiro: Crismarie Hackenberg (mezzo), Deco Fiori (tenor), Marcelo Caldi (tenor), Augusto Ordine (barítono), Simô (baixo) e Naife Simões (Percussão Vocal). As canções interpretadas pelo grupo, são executadas sem a ajuda de instrumentos." (Divulgação)

Ode ao Amor de Francisco e Clara

Totonho Laprovitera e Amaro Penna, autores da Ode.

A partir de amanhã, faremos uma experiência por aqui. Apresentaremos o roteiro da Ode ao Amor de Francisco e Clara, de autoria minha e do Amaro Penna. Afora o prólogo, serão 13 capítulos contando sobre o amor, o tempo e a vida de Francisco e Clara. Tendo na abertura e no encerramento citações de Patativa do Assaré, os demais textos contém adaptações de Jean Paulhan, Jean Molière, Jean Jacques Rousseau, Esopo, Jean de La Fontaine, Sêneca, Jean Racine, Jean Rostand, Jean-Paul Sartre e Jean Moréas.

Até mais tarde, então.

(Foto: Elusa Laprovitera)

A bossa nova

Ao fundo, Castro Neves, Sérgio Ricardo, Ari Barroso e Tom Jobim. Em primeiro plano, João Gilberto e Ronaldo Bôscoli.

Segundo Sóstenes Pernambuco Pires Barros, “a palavra 'bossa' era um termo da gíria carioca que, no fim dos anos cinquenta, significava 'jeito', 'maneira', 'modo'. Quando alguém fazia algo de modo diferente, original, de maneira fácil e simples, dizia-se que esse alguém tinha 'bossa'. Se o Ricardo desenhava bem, dizia-se que tinha 'bossa de arquiteto'. Se o Paulo escrevia, redigia bem, tinha 'bossa de jornalista'. E a expressão 'Bossa Nova' surgiu em oposição a tudo o que um grupo de jovens achava superado, velho, arcaico, antigo. Sim, mas o quê era julgado superado e velho, na música popular brasileira? 'Tudo', dizia a mocidade bronzeada de Copacabana.”

(Foto: Google)

Diálogos

A exposição Diálogos, do Fernando França, deu o que falar no blog do poeta Affonso Romano de Sant'Anna. Senão, vejamos:


Balanço da Pintura no Ceará

O pintor Fernando França abriu no Dragão do Mar/Fortaleza, exposição original: é ao mesmo tempo uma exposição de quadros seus mas é também um levantamento crítico-pictural da pintura do estado que nos deu Aldemir Martins e Antonio Bandeira. Pintou uma série de quadros em que os pintores da  região são personagens e interferem na própria tela. É uma história viva da pintura cearense...”

Para mim, esse trabalho do Fernando França vai muito além do ato lógico de pintar, pois, seu dialogar documenta um apanhado bastante representativo da produção artística cearense contemporânea.

Eu recomendo. Vale à pena conferir a mostra.

Régis Canalha

Régis Canalha.

Era bom demais ser amigo do Régis Antonio Nascimento Ferreira Gomes, o Régis Canalha! Leal, bom papo, bom copo, bem humorado o tempo todo e namorador que só, ele era personalidade marcante da inteligente irreverência sobralense. Quando do carnaval, figurava como referência do tradicional Bloco dos Sujos, o qual organizava, promovia e a concentração se dava em frente à sua casa.

Dele, muitas histórias eu guardo na memória.

Uma, na Serra da Meruoca, quando bem cedo me deixou de “presente”, no terreiro da minha casa, um bêbado trajando um amarrotado e puído paletó. Nunca tinha visto tal elemento na vida. Nem o Régis. Foi fogo pra gente mandar o todo cheio de razão empaletozado alcoolizado embora.

Outra, foi a que eu o peguei levando uma curiosa resposta, pela cantada passada  na então doméstica “carioca” da minha casa: “Sai pra lá, veshhhpa pegajooosa!”

Régis Canalha, no passo do frevo do carnaval de Olinda!

Com Seu Edvar, seu pai, lembro de duas.

A primeira. Perguntado se nunca havia pensado em trabalhar, Régis matutou, matutou... Se balançou na rede com o pé na parede e respondeu que sim. Aí, Seu Edvar emendou, indagando a respeito do que ele fazia sobre tal pensamento. “Eu reajo!”, respondeu firme e forte.

A segunda. Ele tinha o costume de mudar a voz e, da calçada da sua casa, em frente ao Patronato, perguntava ao pai:  “O Régis está?” Seu Edvar, enxergando quase nada, respondia que não. Aí, o Canalha falava: “Pois, tá bom”. E seguia em frente.

Grande Régis Canalha, saudades...

(Fotos: Adriano Ferreira Gomes)

Distorções do Poder

O escritor.

No dia 5 de setembro próximo, na Bienal do Livro, no Rio de Janeiro, Djalma Pinto lançará seu livro Distorções do Poder, pela Cia dos Livros. A ilustração da capa é de minha autoria. 

O livro.

(Foto: Baladain)

Em Lisboa

Totonho Laprovitera e Amaro Penna, em Lisboa.

Em Lisboa, o Amaro Penna musicou o que assim letrei:

De Fortaleza vim de avião, 
seguindo a rota das estrelas belas,
das aventuras das caravelas,
das descobertas do meu coração

Do além-mar eu trouxe a arte
das minhas mãos, da minha voz
Dos sentidos que cabem a nós
eu sei que faço a minha parte

Em Lisboa não tem igual,
quando me acho no Chiado,
misturo forró com fado,
bato o pé e xaxo em Portugal

Do Brasil do Nordeste sou,
do sertão da cultura ibérica
Eu sou da Latina América,
portanto cá em casa estou 

(Foto: Elusa Laprovitera)

Rita e Jô

Rita Austregésilo e Jô Soares, na praia.

Rita Austregésilo, “aquela que tem a saudável cor do terceiro minuto da aurora”, como dizia o Marcondes Viana, era sinônimo de sucesso nos anos 70, quando chegou a concorrer ao concurso de beleza Sereia das Praias, em Fortaleza.

(Foto: Arquivo Rita Austregésilo)

Manassés de Sousa

Julho de 1978, Festival de Perpignan. Da esquerda pra direita: Rolando, Sidnei Passarinho, Ozias Gonçalves e Manassés de Sousa.

Instrumentista, compositor, arranjador e produtor musical, Manassés de Sousa é um artista que possui estilo próprio. Quando toca, ele assina com o seu som as belas composições que produz.
(Foto: Arquivo Manassés de Sousa)

domingo, 28 de agosto de 2011

Galeria

Totonho Laprovitera - Alô, Fernando Victor. Alô, Joana - 1992 - AST - 100 x 100 cm.

Para participar de um salão de artes, foi que pintamos esse quadro. Na tela, eu fiz uma colagem com os retratos dos meus filhos Fernando Victor e Joana, dividi o espaço ao meio e dei tinta e pincel para eles pintarem o que bem quisessem. Depois, arrematei a pintura apondo um telefone para eles “se comunicarem”.

Concluída a pintura, assinamos a obra artística e a expomos no Centro Cultural da Teleceará.

Vazou!


Quando fazia a declaração do imposto de renda da minha mãe, eu punha meu e-mail, pois ela não possuía um. Pois bem, até hoje recebo mensagens comerciais endereçadas à ela. Quer dizer, as malas diretas devem ter sido feitas com as informações do banco de dados da Receita Federal. 

Será Possível?!

Amizade

Totonho, guardado por seus alinhados amigos. Da esquerda pra direita: Gerinha, Peninha, Alexandre, Ricardo, Orlando, João e Chiquinho.

Muitos me perguntam qual o segredo para eu ter um circulo de amizade tão vasto. Aí, respondo: Eu tenho muitos e bons amigos, porque os aceito com suas virtudes e seus defeitos!

Tem segredo não, negada.

(Foto: Elusa Laprovitera)

Flechado


De Manaus, meu sobrinho e afilhado Gera Laprovitera me envia essa curiosa notícia.

Arre égua, ninguém pode mais nem beber em paz...

Condomínio Alphaville Marrecas

Reunidos na Fazenda Marrecas. Da esquerda pra direita: Adaly, Chiquinho, Tonico, Jocel e Gotardo.

Em Sobral, o empresário Tonico Aragão reuniu a cúpula da sua família e amigos mais chegados para discutir acerca da proposta de uma possível negociação da parte das terras da Fazenda Marrecas para  a implantação do Condomínio Alphaville.

Dentre tantos, participaram da reunião, Adaly Arraes, Chiquinho Aragão, Jocel Vasconcelos e o Gotardo Lima.

Comentando sobre o empreendimento, o advogado Adaly Arraes recomendou ao Tonico bastante prudência.

O argentário Chiquinho Aragão, por sua vez, manifestou-se preferir aguardar uma oportunidade mais grandiosa. Revelou, ainda, acreditar que existe no latifúndio uma botija enterrada pelo avô Joaquim Aristides, onde guarda significativos dobrões de ouro.

Já, o advogado trabalhista Jocel Vasconcelos advertiu que essa atividade vai dar é trabalho.

Agora, o médico Gotardo Lima diagnosticou favoravelmente à saúde financeira do Tonico, que já começou foi a gastar por conta dessa história!

(Foto: Geraldo Jacaré)

Hermeto Pascoal e Sivuca


Hermeto Pascoal e Sivuca interpretando Asa Branca (Luiz Gonzaga / Humberto Teixeira) e O Ovo (Hermeto Pascoal).

Seios

A Sâmia Aquino postou no FB e eu achei legal que só!


“Prestem atenção: 
Há os peitos normais ( . )( . ), os com silicone ( + )( + ), peitos perfeitos (o)(o) Alguns estão com frio (^)(^), outros são da vovó \./\./ E não se esqueça dos grandões (o Y o), dos bem pequenos (.)(.), nem dos assimétricos (•)(.) Nós devemos amar todos eles!
Coloque esse post no seu mural e diga ┌П┐(◉_◉)┌П┐ ao câncer de seio! Salve seus seios! Toque-os todo dia para sentir alguma diferença e vá regularmente ao médico.”

Secai

Noitada no Secai. Da esquerda pra direita: Jean Sarquis, Paulo Quengão, Denis Quevedo, Celso Barreira (Maninho, o empresário do amor), Zé Carlos Mororó, Parente (Zé Fuzil) e Luiz Romcy. 

A Sociedade Esportiva e Cultural Arco-íris (Secai), no bairro Nossa Senhora das Graças, continua em atividade e realizando festas há exatos 51 anos.

Jean, Quengão, Maninho, Bilinga, Zé Carlos, Parente e Luiz Romcy. 

Seu apogeu foi nos anos 80, quando eram realizadas grandes festas. Hoje em dia, o clube continua reunindo adeptos mensalmente, mas, ultimamente, as festas de funk afastaram as pessoas, por causa das confusões. Também, o aparecimento das grandes casas de show e as caranguejadas, às quintas-feiras, na Praia do Futuro, colaboraram para o enfraquecimento do movimento da casa.

Os finalmentes...

Atualmente, as festas do clube Secai tem sido feitas para a comunidade, num clima de muita paz e descontração.

(Fotos: Arquivo Silvia Castro)

O rico


"O verdadeiro rico é aquele que bem sabe ser pobre." (Toim da Meruoca)

Tuba


Em Fortaleza existiu, nos anos 70, uma loja de venda de discos bastante diferenciada. Era a Tuba, que ficava num centro comercial chamado Shopping Center, em frente ao Center Um, na Avenida Santos Dumont.

Lá, a gente encontrava os mais diversos LPs, nacionais e importados, e o bom gosto do repertório musical chamava atenção. Os donos da Tuba era a dupla Alberto Oliveira e Francisco José Falcão, nosso querido Papagaio!


(Foto: Arquivo Lincoln Machado)

Cara de otário


Certa vez, um amigo desabafou dizendo que só podia ter era a cara de otário, pois vivia sendo assaltado. Aí, eu falei que otário é quem assalta para sobreviver.

Não sei se o que eu disse é fato, mas, pelo menos, vale como consolo.

(Foto: UOL)

Nega Odete

Normalmente, eu costumo publicar textos breves, mas essa crônica do grande alagoano Carlito Peixoto Lima, vale à pena ser lida.

A verdadeira história de Odete dos Martírios.

Carlito e Nega Odete.
                   
Ao entardecer do dia 20 de dezembro de 1928, dentro de uma casa de taipa, porta e janela na Rua São Luiz no Farol, um choro avisava ao mundo, nasceu Odete dos Martírios, a negra mais bonita e charmosa que perambulou por Maceió no século XX.

De mãe pobre e pai fujão, foi criada pela avó no bairro da Levada.  Cresceu uma menina alegre, cativante. Tinha o carinho da avó, e as ruas, as praças, a lagoa Mundaú para brincar, pescar e catar sururu. Criou-se livre, sem estudar, correndo e percorrendo toda biboca da cidade.

Tornou-se uma moça bonita, rosto oval, cabelos negros, olhos penetrantes. Corpo roliço, bem moldado, cheio de curvas acentuadas, cintura fina, pele aveludada como jamais alguém teve. Odete despertava desejo nos homens quando andava num rebolado natural.

Ainda não havia completado 15 anos, quando Floro, um belo rapaz, acadêmico de direito, morador da Rua Pedro Monteiro, filho de um rico comerciante, ficou encantado com a negra bonita cheia de sensualidade. Cantou Odete por mais de um mês, prometendo amor, carinho e agrado. Até que numa noite de lua cheia, seus corpos se uniram embaixo de uma jaqueira no morro do Tom Mix pelas bandas da praia do Sobral. Floro deflorou Odete. A negra gritava como uma selvagem, havia doído, havia gostado. Em casa, sua avó notou o sangue, esbravejou, não era mais moça, tinha perdido a honra, não queria sua neta quenga! Reclamou da vida de pobre.

Durante a noite Odete chorou lembrando momentos de carinho, sentiu a sensação de seu corpo penetrado. Pela manhã tomou uma decisão, trabalhar, ser independente. Como uma analfabeta podia arranjar emprego?

Soube de uma família que estava precisando de empregada doméstica. Odete bateu na casa na Praça Sinimbu. Foi atendida, a senhora gostou da moça negra, simpática, carne firme, disposta no trabalho. Ensinou-lhe a cozinhar. A menina aprendeu rápido, tornou-se exímia cozinheira. Odete fez parte dessa família por muitos anos.

Sentia-se independente com o pequeno salário. Tinha um quarto na casa, comida, era livre, sozinha, podia fazer o que bem quisesse. Ao anoitecer, depois do dia de trabalho, disposta, cheirosa, dentro de um vestido de chita, se pintava para sair em busca de diversão nas noites da cidade. Fazer o que mais gostava, amor. Os homens se encantavam, prometiam. Nunca recebeu dinheiro de alguém, selecionava seus parceiros. Gostava de homem novo e bonito. Estudantes ficavam à espreita desde as sete da noite na Praça, desejando Odete. Ela não tinha parceiro certo, escolhia o privilegiado para deitar na morna areia da praia da Avenida ou no gramado do sítio da Sinhá perto do Riacho Salgadinho.

Por ser livre e independente Odete foi confundida como prostituta. Entretanto, jamais aceitou um centavo de algum homem. Viveu solteira pelo resto da vida

Hoje com mais de 80 anos, mora em um quartinho perto da Praça da Faculdade, sozinha, como sempre viveu. Apesar das sequelas da idade, ainda sente-se uma auréola de alegria e felicidade, sua pele continua a mais sedosa de todas as mulheres, como diz Bráulio. Essa é a história verdadeira da Negra Odete, mito e fantasia de muitos homens nos anos 50/60 na cidade de Nossa Senhora dos Prazeres, a bela Maceió.

(Foto: Acervo Carlito Peixoto Lima)