Alex e Totonho.
Esta história, quem me contou foi o Alex Figueiredo.
Aconteceu lá pelos anos 1950. Na pequena cidade de Ribeira das Onças, o menino Toinho foi escolhido pela diretora de sua escola para saudar Dom Coriolano, bispo de Laranjeira do Norte, por ocasião dos festejos da Primeira Comunhão da petizada.
Por ter somente 9 anos de idade, a professora achou por bem escrever a saudação para que Toinho decorasse e a proferisse de improviso, pois Dom Coriolano abominava falas lidas.
Pois bem, no dia da religiosa cerimônia, o menino Toinho postou-se à frente da primeira fila, todo garboso. Com a camisa de cambraia de linho bem engomada – na manga, um laço de fita de cetim azul –, a calça com o vinco perfeito e os sapatos bem engraxados espelhando a luz do sol que queimava a manhã. Os cabelos cortados, à base da forma da lata de queijo do reino, carregados de brilhantina, faziam a sua graúda cabeça completar a aparência de quem há pouco havia do banho saído.
Chegada a hora, o menino começou a decorada saudação. Mas, ao invés de chamar o bispo de “pomba sem fel”, embananado disse:
- Dom Coriolano é tão bom, que nem pomba tem!
Foi aquele “óóó...” e, surpreso, o religioso mirou Toinho, com um olhar fulminante. Atrapalhado todo, de imediato, Toinho quis consertar:
- Perdão, pomba ele tem, não tem é fel!
Aí, o vexame se instalou de vez! Puxaram Toinho pela orelha de abano, deram-lhe um muxicão, três cascudos e o encaminharam novamente para o confessionário!
Dizem que a sua Primeira Comunhão aconteceu depois, à parte dos demais coleguinhas de escola.
(Foto: Arquivo Alex Figueiredo)
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