quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Ozias


Era final de noite. O banheiro do Ozias estava em manutenção e ficamos obrigados a fazer uso do da gerência. Sem problema, éramos de casa. Quando Ozias retirou-se do escritório, onde traçava os planos do dia seguinte, para atender ao chamado do garçom Picapau. Wilson, passando de volta do banheiro, enxergou em cima do birô um talão de cheques e o espírito da molecagem lhe bateu forte. Sem pestanejar, retirou uma folha, retornou à mesa e pediu a conta, que veio como sempre, pra variar, bem acima do valor consumido. Wilson, então, preencheu o cheque com os dez por cento da comissão do garçom e mais vinte, para os demais funcionários da casa. Quanta generosidade! 

Cheque entregue, conta paga, no outro dia veio a cobrança do Ozias: - "Bora, negada, vamos deixar de frescura, podem me pagar e eu quero o meu dinheiro da conta de ontem é agora e em espécie! Além do mais, vocês são muito besta mesmo, cheque meu eu não aceito nem quando tem fundo!" 

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